Facebook quer criar 10 mil empregos na Europa para desenvolver 'metaverso', mundo digital paralelo
O Facebook anunciou nesta segunda-feira (18) que pretende contratar 10 mil pessoas nos próximos cinco anos na União Europeia para o desenvolvimento de seu próximo grande projeto: um universo paralelo digital. "O metaverso é a nova fronteira da internet, o novo capítulo, uma revolução tão grande quanto a internet móvel", declarou o vice-presidente da empresa encarregado da sul da Europa e chefe do grupo na França, Laurent Solly.
Em entrevista à Franceinfo, Solly explicou que o metaverso será uma espécie de dublê digital do mundo real, acessível apenas pela internet. Neste universo paralelo, os usuários poderão interagir em espaços virtuais compartilhados.
No entanto, o executivo não deu detalhes sobre a natureza e localização dos postos de trabalho que serão criados na Europa, nem como eles serão repartidos entre os países. "Faremos a divisão dos postos nas próximas semanas. (...) Recrutaremos engenheiros, certamente pesquisadores, desenvolvedores e gerentes de produção que participarão da criação deste metaverso, esse ambiente virtual onde poderemos todos executar ações, interagir socialmente e desenvolver atividades quase como na vida real", disse.
"Poderemos comprar, trabalhar, jogar neste espaço", exemplificou Solly. Segundo ele, o Facebook também está refletindo sobre as consequências sociais desta futura ferramenta.
"Claro que há questões que vêm à tona. Aliás, para responder com toda a comunidade científica, todo o ecossistema de pesquisa, anunciamos um fundo de investimento para a pesquisa, há duas semanas, de € 50 milhões para trabalhar sobre todas essas dúvidas excepcionais e formidáveis que isso vai trazer como impacto. E, claro, as questões que isso trará para a vida social", reiterou.
Um "voto de confiança" na Europa
Para o Facebook, o "metaverso" não tem o objetivo de que as pessoas passem mais tempo online, mas "dar mais sentido ao tempo que se passa conectado". Para a gigante da internet, essa será "uma nova fase de experiências virtuais interconectadas como a realidade virtual e a realidade aumentada".
Em nota, a empresa classificou o investimento como "um voto de confiança na força da indústria tecnológica europeia e no potencial dos talentos tecnológicos europeus". O grupo afirma que está "impaciente para trabalhar com os governos do bloco para encontrar as pessoas e o mercado corretos".
O Facebook aposta alto no desenvolvimento deste "mundo pararelo virtual", prometendo experiências inéditas aos usuários e, claro, trazendo lucros à empresa de Mark Zuckerberg. O grupo lembra que concedeu subvenções de financiamento à Universidade de Munique para a abertura do primeiro grande laboratório de pesquisa europeu de inteligência artificial. Também destaca o Fair, o programa de inteligência artificial que desenvolve na França, e o escritório de pesquisa Reality Labs na Irlanda.
A Europa "apresenta bastante vantagens", o que faz dos países do bloco um local ideal para as empresas de tecnologia: "um vasto mercado de consumo, universidades de grande qualidade e, sobretudo, talentos de primeira mão", conclui a nota divulgada pela empresa.
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