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Filho de brasileira morta cantou em homenagem à mãe: vítimas de Nice são lembradas um ano após atentado

29/10/2021 15h51

Uma homenagem oficial foi prestada nesta sexta-feira (29) às três vítimas do ataque com faca de 29 de outubro de 2020 na Basílica de Notre-Dame de l'Assomption em Nice, no sudeste da França, onde uma estátua e uma placa comemorativa foram inauguradas. A brasileira Simone Barreto Silva foi uma das vítimas do atentado. 

Simone Barreto Silva, de 44, franco-brasileira, mãe de três filhos menores, Nadine Devillers, de 60 anos, de Nice, e o sacristão Vincent Loquès, 55, pai de duas filhas, foram mortos há um ano por um o jovem tunisiano de 22 anos, Brahim Aouissaoui, que havia chegado a Nice dois dias antes.

Um dos momentos mais emocionantes da cerimônia aconteceu antes da missa, quando um dos filhos de Simone, Grégory, cantou pela primeira vez em público uma música que ele compôs em homenagem à mãe, em francês e em português.

"Aqui, neste lugar de paz e oração, a vida foi violada pela violência bárbara. Nadine, Simone e Vincent foram vítimas do terrorismo islâmico", declarou o padre Franklin Parmentier, abrindo a cerimônia, usando as palavras que constam da placa comemorativa fixada na basílica.

Precedida pela inauguração da estátua "La Colombe de la Paix" (A Pomba da Paz), do escultor Théo Tobiasse, a cerimônia na basílica decorreu na presença dos familiares das vítimas, mas também do ministro do Interior Gérald Darmanin e do prefeito de Nice Christian Estrosi, que transmitiu a cerimônia ao vivo na sua conta no Facebook. 

Muitas pessoas se reuniram do lado de fora da igreja, mantidas à distância por um forte dispositivo de segurança.

No âmbito da investigação, a cargo da Procuradoria Nacional Antiterrorista (PNAT), o autor do ataque foi indiciado no início de dezembro por "assassinatos e tentativa de assassinato em conexão com uma empresa terrorista".

"Como eu gostaria que fosse a última vez que circunstâncias tão terríveis nos unissem. Ainda assim, duvido, todos nós duvidamos", disse Estrosi, o prefeito da cidade, referindo-se ao outro ataque terrorista que matou 86 pessoas em 14 de julho de 2016, nesta cidade da Côte d'Azur.

"O ódio cego do terrorismo islâmico atingiu a França nesta igreja", disse Darmanin por sua vez.

"Nossos compatriotas católicos são particularmente alvos do terrorismo", acrescentou o ministro do Interior, que "também nossos compatriotas muçulmanos que são vítimas do terrorismo islâmico e que não toleram que sua religião seja mal orientada".

No fim de novembro, as famílias de Simone e das outras vítimas serão recebidas pelo o papa Francisco, no Vaticano. A visita estava programada para o ano passado, mas foi adiada por conta da pandemia de Covid-19. 

(Com informações da AFP)