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Covid-19: Pequim testa 2 milhões de habitantes às vésperas dos Jogos de Inverno

23/01/2022 09h07

A menos de duas semanas do início dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, a China anunciou neste domingo (23) que vai testar contra a Covid-19 todos os moradores de um distrito com 2 milhões de habitantes, após a descoberta de um foco epidêmico.

O bairro de Fengtai, no sul de Pequim, relatou a primeira infecção pela variante ômicron, altamente contagiosa, no fim de semana passado.  Desde então, cerca de trinta casos foram identificados, alguns da variante delta. O distrito está localizado a cerca de 20 quilômetros do local que sediará as provas olímpicas de esqui freestyle e de snowboard.

"Devemos fazer todos os esforços para frear a propagação do vírus o mais rapidamente possível, tomando medidas firmes, rigorosas e decisivas", justificou perante a imprensa um dos responsáveis pela organização dos Jogos, Xu Hejian.

A China continua a aplicar uma política muito rígida de restrições diante da aparição de novos casos de coronavírus. De acordo com as autoridades do país, o primeiro caso da variante ômicron, altamente contagiosa, é o de uma pessoa que recebeu uma carta do Canadá. Nela, as autoridades chinesas disseram ter encontrado vestígios do vírus. A Organização Mundial da Saúde (OMS), entrentanto, considera o risco de infecção em superfícies contaminadas baixo.

Fengtai é o distrito onde está localizado o mercado de Xinfadi que, em 2020, foi o epicentro de um outro foco epidêmico. Traços do SARS-CoV-2 teriam sido descobertos em uma tábua de corte de salmão importado. Desde então, a China tem sido particularmente meticulosa com a cadeia de frio dos alimentos, temendo novas contaminações de Covid-19 por meio de produtos vindos do exterior. A hipótese de alimentos congelados serem a causa do surto no país, no entanto, foi descartada pela OMS.

A capital chinesa está sob pressão antes da chegada dos atletas que vão disputar os Jogos Olímpicos de Inverno. As autoridades não querem ver nenhum caso de propagação da Covid-19 e por isso aplicam um protocolo ainda mais rigoroso do que no resto da China.

Testes massivos e lockdown

A estratégia do país tem sido testar massivamente, rastrear os contaminados e, às vezes, confinar maciçamente a população. No entanto, focos esporádicos de coronavírus têm ocorrido regularmente nos últimos meses e o país decidiu dobrar a vigilância com a aproximação dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, que acontecem entre 4 e 20 de fevereiro.

A cerca de mil quilômetros ao norte de Pequim, os 13 milhões de habitantes da cidade de Xi'an estão prestes a sair de um mês de lockdown rígido. A metrópole havia sido o epicentro da epidemia na China no final de dezembro, onde o governo impôs medidas de quarentena mais rígidas desde Wuhan (centro), a primeira cidade do mundo onde o coronavírus foi identificado.

A China quer registrar o mínimo de casos possível da doença para o lançamento dos Jogos Olímpicos e sabe que o próximo desafio será impedir que casos de Covid-19 em delegações estrangeiras infectem a população chinesa.

(Com informações da RFI e da AFP)