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Covid-19: contaminações devem aumentar na França, mas governo diz ter tomado "decisão certa" ao acabar com restrições

16/03/2022 11h16

Apesar de uma alta das infecções no país, o governo francês entende que tomou "a decisão certa" de acabar com as restrições contra a Covid-19. "O Conselho Científico e as projeções do Instituto Pasteur nos dizem que deve haver um aumento das infecções por mais 10 ou 15 dias, provavelmente até o fim de março", admitiu o ministro da Saúde, Olivier Véran nesta quarta-feira (16), assegurando que não há "nenhum risco de saturação de hospitais".

"Há um risco de atingirmos de 120.000 a 150.000 contaminações por dia, e então esperamos uma diminuição", explicou o ministro em uma entrevista ao canal FranceInfo.

Os protocolos contra a epidemia de coronavírus foram abrandados na segunda-feira (14). Além do fim imposição do uso da máscara, que também se aplica a empresas, escolas e lojas, o passaporte vacinal não é mais obrigatório na França.

A quinta onda da epidemia de Covid-19 que diminuía, há algumas semanas, voltou a crescer, com uma retomada das contaminações, nos últimos dias. As autoridades de saúde identificaram mais de 116.000 casos em 24 horas (em comparação com 80.000 há duas semanas), segundo dados divulgados na terça-feira (15).

"Sabíamos que haveria o risco de um rebote, e ele não é francês, por sinal", explicou Véran. "Se você me perguntar se houve uma correlação entre o fato de termos levantado as restrições e a retomada da epidemia, eu diria a você: 'Olhe para a Alemanha, olhe para a Itália!'", observou. Esses dois países vizinhos da França, "estão passando por uma retomada epidêmica mesmo tendo mantido o passaporte sanitário e, em alguns casos, o passaporte vacinal" e "mantiveram o uso de máscaras em locais fechados", comparou.

Questionado sobre uma "banalização da epidemia", Olivier Véran alertou sobre a recomendação dada aqueles franceses com 80 anos ou mais para que recebam uma segunda dose de reforço da vacina (a quarta dose), citou a manutenção do passaporte sanitário nos hospitais e asilos e a obrigação de vacinação para os profissionais de saúde, além da manutenção do uso da máscara nos transportes públicos.

O ministro da Saúde também assegurou que hoje "não há nenhuma nova variante perigosa em circulação". Porém, as autoridades de saúde "incentivam as pessoas frágeis a continuarem usando a máscara de proteção".