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Lula é capa da revista americana Time, que o apresenta como 'o líder mais popular do Brasil'

04/05/2022 11h58

O ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva é capa da revista norte-americana Time que chega às bancas em 23 de maio. A publicação traz uma longa entrevista com o ex-chefe de Estado e analisa sua pré-candidatura para a eleição de outubro.

O ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva é capa da revista norte-americana Time que chega às bancas em 23 de maio. A publicação traz uma longa entrevista com o ex-chefe de Estado e analisa sua pré-candidatura para a eleição de outubro.

Pouco antes do anúncio oficial da pré-candidatura de Lula, previsto para o final desta semana, a revista Time divulgou a capa de sua próxima edição, que estampa o rosto do ex-presidente, ao lado da manchete "o líder mais popular do Brasil". No texto, a publicação anuncia, em título, que o petista "retorna do exílio político com a promessa de salvar a nação".

Na entrevista, Lula diz que ao deixar o cargo, em 2010, não pensava em voltar à Presidência da República. "Entretanto, o que eu estou vendo, doze anos depois, é que tudo aquilo que foi política para beneficiar o povo pobre? todas as políticas de inclusão social, o que nós fizemos para melhorar a qualidade das universidades, das escolas técnicas, melhorar a qualidade do salário, melhorar a qualidade do emprego?, tudo isso foi destruído", desabafa o petista.

A revista Time explica em seu texto que "por meio de programas sociais progressistas, pagos por um boom de produtos brasileiros como aço, soja e petróleo, o governo Lula tirou milhões de pessoas da pobreza e transformou a vida da maioria negra e da minoria indígena do país". No entanto, "Bolsonaro desmantelou tudo isso", sentencia a publicação, afirmando que o atual chefe de Estado "descartou políticas que ampliavam o acesso de pessoas pobres à educação, que limitavam a violência policial contra comunidades negras e que protegiam terras indígenas e a Floresta Amazônica".

"Saindo do exílio político como um cavaleiro branco, Lula afirma que pode salvar o Brasil desse pesadelo", escreve a revista. Mas o Brasil de hoje não é o mesmo que o petista governou, aponta a Time, lembrando que "uma crise política de seis anos dividiu amargamente a sociedade".

Mesmo assim, a revista lembra que as pesquisas colocam Lula com 45% das intenções de voto, contra 31% para Bolsonaro, e que os candidatos centristas estão praticamente fora da disputa.

Zelensky tem "comportamento esquisito", diz Lula

Ao falar sobre política internacional, o líder petista surpreendeu, criticando o comportamento do líder ucraniano, Volodymyr Zelensky. "Eu não conheço o presidente da Ucrânia. Agora, o comportamento dele é um comportamento um pouco esquisito, porque parece que ele faz parte de um espetáculo. Ou seja, ele aparece na televisão de manhã, de tarde, de noite, aparece no Parlamento inglês, no Parlamento alemão, no Parlamento francês como se estivesse fazendo uma campanha", disse Lula. "Se ele [não] quisesse a guerra, ele teria negociado um pouco mais", continua, antes de ponderar: "Eu fiz uma crítica ao Putin quando estava na Cidade do México, dizendo que foi errado invadir. Mas eu acho que ninguém está procurando contribuir para ter paz".  

Segundo Lula, o conflito ressalta a necessidade de renovar as instituições globais. "A ONU de hoje não é levada a sério pelos governantes. Porque cada um toma decisão sem respeitar a ONU", disse o ex-presidente. "Putin invadiu a Ucrânia de forma unilateral, sem consultar a ONU. Os Estados Unidos costumam invadir os países sem conversar com ninguém e sem respeitar o Conselho de Segurança. Então é preciso que a gente reconstrua a ONU, coloque mais países, envolva mais pessoas. Se a gente fizer isso, a gente começa a melhorar o mundo", declarou o ex-presidente brasileiro à revista Time, que publicou a entrevista resumida, em português, em seu site.