'Fragilizada', primeira-ministra tem primeiro teste de fogo na Assembleia francesa
A imprensa francesa desta quarta-feira (6) destaca o discurso de política geral da primeira-ministra Elisabeth Borne na Assembleia Nacional para apresentar as diretrizes de seu programa de governo para os próximos cinco anos.
O jornal Libération analisa os principais os principais temas que estarão em pauta dos debates do parlamento francês. Para a publicação, não há dúvidas de que o poder de consumo dos franceses estará no centro das atenções, com dois projetos que serão apresentados já na quinta-feira a serem votados até o final de agosto.
Nos dois textos, as medidas vão custar para os cofres públicos, de acordo com Libération, mais de 20 bilhões de euros. "O grande desafio do executivo e dos deputados partidários do presidente Emmanuel Macron é de canalizar as propostas alternativas da oposição, na Assembleia e na mídia, e aprovar os textos com o apoio de alguns opositores ou contar com a abstenção", explica o diário.
O governo também deve propor, como previsto, o fim do imposto que financia o audiovisual público, o aumento dos subsídios sociais, de entre 3,5 a 4%, a criação de uma ajuda alimentar em forma de cheque, a regulamentação do preço dos aluguéis e reajuste do parâmetro de indexação à inflação dos salários de funcionários públicos.
Para Le Figaro, a autoridade de Elisabeth Borne "já está fragilizada" e tentará mostrar sua legitimidade diante de uma assembleia dividida e pouco amigável. A aliança de oposição Nupes, anunciou na terça-feira que apresentará uma moção de censura para derrubar seu governo. De acordo com o jornal, outro desafio de Borne é o de não se intimidar diante de ministros experientes como Bruno Le Maire, da Economia, e Gérald Darmanin, do Interior.
De acordo com Le Parisien, o discurso da primeira-ministra, escrito a mão por ela mesma além das principais linhas de seu projeto de governo, contém elementos de sua história pessoal. Mas o principal objetivo de Borne durante quase uma hora de discurso será principalmente de tentar conquistar a oposição, afirma o jornal.
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