Justiça marroquina é favorável à extradição de hacker francês aos EUA, onde pode pegar 116 anos de prisão
O Tribunal de Cassação do Marrocos emitiu um "parecer favorável" à extradição para os Estados Unidos do francês Sébastien Raoult, suspeito de um caso de cibercrime, segundo um documento oficial consultado nesta segunda-feira (8) pela AFP. Sébastien Raoult, de 21 anos, está encarcerado desde 2 de junho na prisão de Tiflet 2, perto de Rabat. Ele é passível de uma sentença de 116 anos de prisão nos Estados Unidos se for condenado.
O Tribunal de Cassação do Marrocos emitiu um "parecer favorável" à extradição para os Estados Unidos do francês Sébastien Raoult, suspeito de um caso de cibercrime, segundo um documento oficial consultado nesta segunda-feira (8) pela AFP. Sébastien Raoult, de 21 anos, está encarcerado desde 2 de junho na prisão de Tiflet 2, perto de Rabat. Ele é passível de uma sentença de 116 anos de prisão nos Estados Unidos se for condenado.
Em decisão proferida em 20 de julho, o mais alto tribunal do país "não ordenou" a extradição do francês de 21 anos, preso há dois meses no Marrocos, mas disse que era "favorável", explicou à AFP uma fonte marroquina próxima ao processo.
A própria extradição só pode ser decidida "pelo primeiro-ministro sob proposta de uma comissão que reúna também os ministros das Relações Exteriores e da Justiça", acrescentou a mesma fonte.
Para justificara sua decisão, a Corte de Cassação indica que o pedido de extradição foi apresentado pelos Estados Unidos "no prazo previsto em lei", acompanhado de todos os documentos necessários (mandado de prisão, resumo dos fatos e informações sobre a identidade do suspeito).
Além disso, ela especifica que os "crimes" pelos quais Raoult é reivindicado pelos americanos "têm seus equivalentes no código penal marroquino" e acrescenta que "o pedido de extradição reúne todas as condições exigidas por lei".
O advogado francês de Sébastien Raoult, Philippe Ohayon, reagiu à AFP reiterando seu pedido de abertura de uma investigação judicial na França, acompanhada de um mandado de prisão francês para obter a extradição de seu cliente. Esta decisão "fortalece nossa determinação de obter a extradição para França de Sébastien Raoult", disse.
"Acreditamos que Sébastien Raoult não foi simplesmente abandonado pela França, mas que foi sacrificado, tendo em vista a operação policial franco-americana de 31 de maio com a prisão na França de outras cinco pessoas neste caso", ou seja, no mesmo dia em que o prisão do seu cliente no Marrocos.
Pai do acusado pede ajuda a Macron
O caso desperta muita emoção na França, onde o pai de Sébastien Raoult recentemente apelou ao presidente Emmanuel Macron para ajudá-lo.
Paul Raoult, o pai do acusado, e seu advogado, Philippe Ohayon, estão solicitando que Sébastien seja extraditado para a França e não para os Estados Unidos, pois ele "só esteve na França e no Marrocos". Eles argumentam que Sébastien Raoult foi vítima de roubo de identidade e pediram à primeira-ministra francesa, Elisabeth Borne, para intervir no caso.
"Se ele for para os Estados Unidos, ele não tem nenhuma chance de se defender. As provas estão na França, a metade dos protagonistas está na França e não poderá ir para os Estados Unidos. Um processo lá não será justo", insistiu seu pai, em depoimento à RFI na semana passada.
As autoridades americanas pedem a extradição do estudante de 21 anos por seu suposto envolvimento em um caso de cibercrime contra empresas, em particular norte-americanas. Segundo a revista francesa L'Obs, a gigante Microsoft é uma delas.
(Com informações da AFP )
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