Chile: Boric muda gabinete e se aproxima do centro após derrota em referendo constitucional
O presidente chileno, Gabriel Boric, trocou nesta terça-feira (6) os ministros do Interior, Saúde, Ciência, Energia e Secretaria Geral após a rejeição avassaladora a uma nova Constituição, apoiada por seu governo. Dois dias após o referendo sobre a nova Constituição, Boric, de esquerda, se aproxima do centro.
"Talvez seja, não tenho por que escondê-lo, um dos momentos mais difíceis politicamente que tenho que aceitar. E conseguiremos continuar juntos pelas chilenas e chilenos e pelo Chile, disse Boric depois da troca de gabinete que, segundo o chefe de Estado, tem o objetivo de "dar maior coesão" ao governo.
Carolina Tohá assumiu o posto-chave de ministro do Interior que foi ocupado no passado por seu pai, José Tohá no governo de Salvador Allende (1970-1973). Ela substitui a médica Izkia Siches, após erros cometidos durante os seis meses no cargo, como acusar congressistas do governo do ex-presidente Sebastián Piñera (2018-1973) de deportar e posteriormente devolver ao Chile estrangeiros em voos de expulsão.
Giorgio Jackson, amigo íntimo de Boric desde a universidade e companheiro de luta estudantil em 2011, deixou a Secretaria Geral da Presidência para assumir o Ministério do Desenvolvimento Social, deixado por Jeanette Vega após uma polêmica ligação para o líder do grupo radical indígena mapuche Coordinadora Arauco-Malleco (CAM), Héctor Llaitul, que está atualmente preso.
No lugar de Jackson foi nomeada Ana Lya Uriarte, ex-assessora no segundo governo de Bachelet (2014-2018), que será encarregada das relações entre o Executivo e o Congresso. No ministério da Saúde sai Begoña Yarza, após críticas da gestão da pandemia, e entre Ximena Aguilera.
Com as mudanças, o governo mantém a promessa de paridade de gênero nos ministérios com 15 mulheres e nove homens nos cargos.
Protestos
Horas antes da reforma do gabinete, centenas de estudantes se manifestaram diante do palácio presidencial pedindo maiores recursos para a educação. As manifestações foram organizadas dois dias depois que a proposta da nova Constituição foi rejeitada em um referendo por 61% dos eleitores.
Entre os direitos que a nova Constituição contemplava estava o de "acesso universal" à educação, uma demanda recorrente nos protestos que sacudiram o país em outubro de 2019.
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