Apesar do tropeço contra Camarões, torcedores mantêm confiança na seleção
Além da derrota inesperada de 1 a 0 para os Camarões pela fase de grupos, a seleção brasileira teve outra notícia desastrosa: perdeu dois jogadores para esta Copa. O lateral esquerdo Alex Telles e o atacante Gabriel Jesus foram cortados por causa de lesões no joelho.
Elcio Ramalho, enviado especial a Doha
As ausências dos dois jogadores para o restante do Mundial se somam aos problemas que surgem desde o início da Copa, quando Neymar, Danilo e Alex Sandro se machucaram e ainda passam por um processo de recuperação. A presença deles ainda é incerta na próxima segunda-feira (5) contra a Coreia do Sul. No sábado (3), Neymar deu sinais de que sua recuperação avança e pode voltar aos gramados já contra os sul-coreanos.
Por causa das lesões e para poupar jogadores para as oitavas de final, a comissão técnica entrou em campo contra Camarões com uma equipe de reservas, que não deu conta do recado. Muitos gols desperdiçados e um contra-ataque fulminante dos camaroneses nos acréscimos da partida levaram o Brasil à sua primeira derrota para um time africano em Mundiais.
Foi um susto que serviu de lição para os jogadores e comissão técnica e a constatação: não há mais adversário fraco no caminho ao hexa.
Contra a Coreia do Sul nas oitavas, a seleção brasileira vai pegar uma equipe que venceu este ano com goleada de 5 a 1 em um amistoso no mês de junho.
Mas o time asiático, uma das surpresas dessa Copa, não deve ser fácil, lembra Richarlison, que deve voltar como titular da equipe: "A gente sabe como eles jogam e por isso acho que vai ser um grande jogo".
Thiago Silva, que deve voltar a usar a braçadeira de capitão, também espera um jogo aberto com os sul-coreanos. "A característica deles não é muito defensiva. Contra a gente não sei como eles vão vir. Acho que vai ser um jogo aberto, e espero que possamos aproveitar nossas oportunidades", disse.
Torcedores criticam, mas confiam
Expectativa também por parte da torcida presente em Doha, que, apesar da decepção com a derrota para Camarões, mantém confiança no time titular.
A reportagem da RFI conversou com diversos brasileiros que passeavam e faziam compras no famoso Souq Waqif, um dos principais pontos turísticos de Doha. De comida a vestuário e jóias, encontra-se de quase tudo no grande mercado onde torcedores do mundo inteiro se misturam aos comerciantes locais.
Em meio a uma compra e outra de vestimentas e outros produtos locais, torcedores brasileiros se mostraram surpresos e decepcionados com a derrota inesperada do Brasil para Camarões na sexta-feira (2).
"Que sirva o susto para a seleção. Talvez tenha sido até bom ter perdido para uma seleção mais fraca para dar uma agitada, e eles perceberam que não tem mais nenhum bobo em Copa do Mundo", declara Robson Magri, confiante de que o time tem tudo para levantar o troféu de campeão.
Seu amigo Nival Griziolo é crítico com a estratégia de Tite e se mostra preocupado. "Preocupa porque o time reserva não é a mesma coisa que os titulares. O Neymar é insubstituível, mas tem outros jogadores, como o Casemiro, que se não jogar, o time perde completamente o perfil", avalia. O torcedor de São Paulo tem diversas críticas ao treinador pela escalação. "Ele me decepcionou. Podia ter poupado alguns titulares, mas tinha que manter a base da seleção porque é um campeonato de sete jogos. Ele tem que aproveitar todas as oportunidades para o time jogar para se aperfeiçoar na tática e nos fundamentos", opina.
"Tenho confiança no time em função dos titulares. Que tenha servido de lição essa derrota para fazer o time acordar e jogar com vontade mesmo, e queira levar esse caneco para casa", completa Nivaldo
"Temos chances ainda. O nosso time principal é bom e com o retorno do Neymar acho que a gente tem tudo para conquistar o hexa", defende Maurício Pereira, de São Paulo.
O também paulista Tavinho Pereira vê a seleção indo até a final, pela qualidade do time principal. "Mesmo sem o Neymar, a gente viu que o time tem consistência, está bem conciso e bem forte para trazer a taça para a gente", acredita.
"Comparando com as outras duas equipes fortes, a Argentina e a França, que são os dois principais rivais para ficar com a Copa do Catar, acho que o Brasil está bem forte e eu, bastante otimista para trazer o hexa para casa", finalizou.
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