Topo

Meta, empresa que controla Facebook, anuncia segunda onda de demissões com corte de 10 mil trabalhadores

14/03/2023 15h14

A Meta, empresa que controla as redes sociais Facebook e Instagram, se comprometeu a reduzir seu quadro de funcionários em quase 25% em menos de seis meses, confirmando as dificuldades vividas pelo gigante da tecnologia. Uma segunda onda de demissões foi anunciada por Mark Zuckerberg nesta terça-feira (14), com o corte de 10.000 postos de trabalho.

O anúncio foi feito em uma carta enviada aos empregados e publicada no site do grupo. Além disso, não haverá recrutamento para substituir os 5.000 cargos atualmente desocupados.

Esta nova onda de demissões vem depois de um anúncio semelhante no início de novembro, que afetou 11.000 funcionários do grupo, ou seja, uma queda total de 24% na força de trabalho da Meta. Trata-se de uma novidade para uma empresa que nunca havia lançado um plano de demissões em 20 anos de existência.

A lista dos empregados afetados será divulgada no final de abril e a reestruturação será lançada até o final do ano, com um custo total estimado entre US$ 3 bilhões e US$ 5 bilhões, segundo documentos entregues a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos, a agência federal que controla os mercados financeiros.

A redução de trabalhadores deve permitir que a Meta diminua suas despesas em US$ 3 bilhões em 2023.

"A primeira onda de demissões permitiu à Meta lidar com os prejuízos causados ??pela forte concorrência (entre redes sociais) para captar usuários e publicidade. Este novo anúncio deve ser bem recebido pelos investidores, que querem ver a Meta reorientar seu ramo de atividades básicas", disse Jasmine Enberg, analista da Insider Intelligence.

Eficiência em 2023

Para Mark Zuckerberg, a decisão justifica-se pela necessidade de "fazer (da Meta) uma empresa tecnológica melhor" e "de melhorar o nosso desempenho financeiro num ambiente difícil, para que possamos concretizar a nossa visão de longo prazo".

O cofundador do Facebook, que encarna a rede social, retomou o termo utilizado na apresentação dos resultados anuais, no início de fevereiro, dizendo que 2023 deve ser "o ano da eficiência" para a empresa.

"A Meta reconhece a necessidade de reduzir suas caras ambições de metaverso e reorientar a melhoria de seus principais negócios, principalmente diante de ameaças emergentes, como a inteligência artificial", acrescentou Enberg.

O grupo ainda tem dificuldade em avaliar os grandes investimentos feitos no metaverso, apresentado por Zuckerberg como o futuro da internet.

Símbolo dessas dificuldades, a Meta reduziu drasticamente o preço de seus headsets de realidade virtual no início de março. Além dos cortes de empregos, a empresa vai desacelerar o ritmo de contratações, acrescentou Mark Zuckerberg, que também planeja "cancelar projetos não prioritários".

O grupo já tinha anunciado o congelamento dos recrutamentos até ao final de março de 2023 e assegura agora que as contratações, bem como as transferências dentro do grupo, serão retomadas no final da reestruturação.

Falta da publicidade

Depois de registrar um crescimento constante desde sua criação, o Facebook, que se tornou Meta no final de 2021, sofre, desde o ano passado, com a desaceleração da publicidade online.

O movimento é acentuado pela modificação do sistema operacional do iPhone, que não permite mais que a plataforma colete tantos dados quanto antes sobre seus usuários.

Além disso, o Facebook e o Instagram estão sujeitos a uma concorrência cada vez mais forte, em particular da plataforma de vídeo TikTok, que reduz a quota de mercado das redes sociais mais antigas.

Mas o grupo também está tentando encontrar novas oportunidades de crescimento, como o potencial desenvolvimento anunciado sexta-feira (10) de uma nova rede social que competiria com o Twitter, esperando aproveitar as dificuldades da rede de microblogging.

Além disso, a Meta sofre, como toda a indústria de tecnologia, com o aumento das taxas de juros, o que penaliza um setor que precisa de muito dinheiro para financiar seu desenvolvimento. Em 2022, a receita da Meta contraiu 1%, para US$ 116,6 bilhões.

(Com informações da AFP)