Uma dezena de aviões da Air France não pode decolar por falta de pilotos

A Air France enfrenta uma escassez de pilotos formados no mercado. Mais de uma dezena de voos da companhia aérea não podem decolar por falta de profissionais.

De acordo com o site da Franceinfo, nesta terça-feira (19), mais de 10 aparelhos A220 da companhia francesa estão impedidos de voar devido principalmente à falta de pilotos formados.

Ainda segundo o site, existem diversas razões para a escassez de pilotos. Depois da Covid-19, o número de voos transatlânticos aumentou muito mais do que o previsto. Em novembro deste ano, as companhias aéreas informaram que 97,3% do tráfico que tinham antes da pandemia foi retomado.

Guerra na Ucrânia atravessa rotas

A guerra na Ucrânia também é uma razão da falta de profissionais. Desde o começo do conflito, é necessário contornar o espaço aéreo russo. Para chegar ao Japão, por exemplo, o trajeto requere quatro pilotos em lugar de três. Todas as companhias enfrentam o mesmo problema.

Para a Associação do Transporte Aéreo Internacional (IATA), será necessário recrutar mais de 500.000 pilotos em todo o mundo até 2040. De acordo com os construtores aéreos, o tráfico vai dobrar nos próximos anos.

Interrogada pela Franceinfo, a Air France também alegou "fatores operacionais como tempo, avarias ou necessidade de manutenção" como outras razões pelas quais "os aviões estão indisponíveis".  

A companhia aérea francesa garante também que "o regime de formação de pilotos funciona a todo vapor".

Em novembro, a Escola Nacional de Aviação Civil (ENAC), na cidade de Toulouse, no noroeste da França, informou que entre 1.200 candidatos à carreira de piloto, apenas 23 saiam diplomados cada ano, devido às exigências da formação, mas que isso deveria mudar em 2024.

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Os salários oferecidos a estes profissionais são atraentes. De acordo com o site Capital, um piloto iniciante na Air France ganharia aproximadamente € 4.000 (R$ 21.300) por mês.

Em junho, a companhia lançou uma campanha de recrutamento de pilotos, com a formação, que dura dois anos, totalmente financiada pela empresa que precisa com urgência fazer novas contratações: em julho de 2019, ela encomendou 60 aparelhos A220-300 com uma opção por 30 aviões suplementares para substituir seus A318 e A319.

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