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Rússia exibe suspeitos de ataque a casa de shows perto de Moscou com marcas de tortura

Shamsidin Fariduni, Dalerdzhon Mirzoyev, Mukhammadsobir Faizov, Saidakrami Murodali Rachabalizoda, suspeitos do tiroteio na prefeitura de Crocus na sexta-feira (22), no Tribunal Distrital de Basmanny em Moscou, Rússia, domingo, 24 de março de 2024 Imagem: AP/RFI Photo/Alexander Zemlianichenko

25/03/2024 09h48Atualizada em 25/03/2024 18h12

Onze pessoas foram presas após o atentado ao Crocus City Hall, na noite de sexta-feira (22), que deixou pelo menos 137 mortos e cerca de 150 feridos. Os quatro suspeitos tiveram a prisão preventiva decretada depois de comparecerem, com marcas de tortura visíveis, em um tribunal de Moscou, na noite de domingo (24).

Anissa El Jabri, correspondente da RFI em Moscou

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Dalerdzhon Mirzoyev, Saidakrami Rachabalizoda, Shamidin Faridouni e Muhammad Fayzov, todos tadjiques, são acusados de "terrorismo" e podem ser condenados à prisão perpétua, informou o Tribunal de Basmanny, de Moscou, em um comunicado. Três deles se declararam culpados.

A prisão preventiva, prevista para durar até 22 de maio, pode ser prorrogada até o julgamento, cuja data ainda não foi definida.

O tribunal divulgou imagens chocantes, que mostram três dos suspeitos sendo levados à audiência algemados e empurrados pelos policiais. O quarto acusado chegou em uma maca, foi colocado praticamente nu em uma cadeira de rodas e estava de olhos fechados. Todos pareciam ter sido torturados e espancados.

Um dos suspeitos estava com um curativo branco na orelha, como em vídeos anteriores à prisão divulgados pelos investigadores no sábado (23), onde três deles apareciam com sangue no rosto.

As autoridades russas já haviam dito que os suspeitos eram "cidadãos estrangeiros", sem mencionar sua nacionalidade. O Tajiquistão é uma ex-república soviética de maioria muçulmana na Ásia Central.

Investigação em andamento

Nesta segunda-feira (25), o Kremlin se recusou a comentar a reivindicação do atentado pelo grupo Estado Islâmico.

"A investigação está em andamento e a administração presidencial estaria errada ao comentar o andamento da investigação. Não faremos isso", disse o porta-voz de Putin, Dmitry Peskov. Ele afirmou que o presidente russo não planejava, por enquanto, visitar o local do ataque.

"Expresso minhas profundas e sinceras condolências a todos aqueles que perderam entes queridos", disse Putin em um discurso à nação no sábado. "Todo o país e todo o nosso povo choram com vocês."

Putin chegou a responsabilizar a Ucrânia pelo ataque, garantindo que os autores tentaram fugir para o país e tinham contatos do "lado ucraniano" para atravessar a fronteira.

Kiev negou qualquer papel no atentado, que Vladimir Putin também atribuiu ao "terrorismo internacional".

O ataque de sexta-feira foi o mais mortal em território russo desde o cerco à escola de Beslan em 2004, quando militantes islâmicos tomaram como refém mais de 1.000 pessoas, incluindo centenas de crianças. Mais de 330 pessoas morreram.

(Com informações da AFP)

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