Após sucesso nos EUA, "Guerra Civil", com Wagner Moura, é elogiado pela crítica em estreia na França

O filme "Civil War", de Alex Garland, estreou na França nesta quarta-feira (17), um dia antes de chegar às telonas no Brasil. Protagonizado pela americana Kirsten Dunst e o brasileiro Wagner Moura, a produção bateu recordes de público nos Estados Unidos e está sendo saudada pela crítica francesa.

"Uma guerra aterrorizante e espetacular". Assim resumiu a revista cultural francesa Télérama em sua crítica ao filme, que estreia na França com o título original. A trama, que acompanha dois jornalistas (vividos por Kirsten Dunst e Wagner Moura) que percorrem uma nação destruída, onde o FBI foi dissolvido e drones das forças armadas lançam ataques contra os civis, foi descrita pela publicação francesa como um "blockbuster eficaz e realista".

A superprodução de US$ 60 milhões também chamou atenção dos especialistas em cinema da rádio FranceInfo, que falam de um "blockbuster sutil". Para o jornalista Jacky Bornet, "'Civil War' é um formidável filme de ficção política, como Hollywood não produz desde 'No Mundo de 2020' [de Richard Fleischer, em 1973], com um olhar menos universal e ideológico, mas bem mais político, em fase com o clima atual".

Para a revista Numéro, Alex Garland "assina uma obra-prima que questiona o papel da imprensa". "Um verdadeiro tapa na cara", que brilha por seu realismo, ressalta a publicação.

Já o jornal Le Monde não poupa elogios à Kirsten Dunst que, segundo o vespertino, é "transformada" pelo diretor. "Bem distante da doçura de seus primeiros papeis", a atriz incarna na tela "uma dureza impressionante".

Wagner Moura, que faz sucesso nos Estados Unidos desde sua participação em "Narcos", foi visto em vários programas de televisão norte-americanos fazendo a promoção do filme nos últimos dias. No Kelly Clarkson Show, o brasileiro defendeu o papel do jornalismo como "um pilar da democracia", enquanto no The View afirmou que "Civil War" é um filme "político sem ser ideológico". 

Presidente com três mandatos

O filme, que imagina uma segunda guerra civil em um futuro próximo nos Estados Unidos, reavivou os temores sobre a divisão do país antes das presidenciais de novembro. Um dos aspectos que chamou a atenção desde sua estreia foi o fato de retratar um presidente com três mandatos - um além do permitido pela Constituição norte-americana -, em um momento de corrida pela Casa Branca na vida real.

O diretor afirma que a obra pretende ser "uma conversa" sobre polarização e populismo. "Não precisamos que nos expliquem: sabemos exatamente porque pode ocorrer, sabemos exatamente quais são as falhas e pressões", disse Garland na estreia norte-americana.

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O "presidente de três mandatos" do filme parece invocar os temores de muitos americanos de que Trump, se reeleito, tente desprezar o prazo máximo de dois períodos presidenciais e queira buscar um terceiro.

"Civil War" faturou mais de US$ 25 milhões apenas em seu primeiro fim de semana de exibição nos Estados Unidos, se tornando o filme com maior bilheteria do estúdio A24.

(Com informações da AFP)

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