Opositora birmanesa Aung San Suu Kyi é transferida para prisão domiciliar

A junta militar no poder em Mianmar transferiu nesta quarta-feira (17) a líder de oposição pró-democracia Aung San Suu Kyi da penitenciária onde ela cumpria pena de 27 anos de reclusão para casa. Uma fonte militar afirmou que Suu Kyi e o ex-presidente Win Myint foram colocados em prisão domiciliar.

A vencedora do Prêmio Nobel da Paz, de 78 anos, cumpre longa privação de liberdade por uma série de condenações, que incluem acusações de corrupção e desrespeito às regras impostas pelos militares durante a pandemia de Covid-19. O comunicado divulgado não deixa claro se a medida é temporária ou se corresponde a uma redução da sentença da líder pró-democracia.

O porta-voz da junta militar, Zaw Min Tun, afirmou que uma onda de calor motivou as autoridades a adotar medidas para proteger os prisioneiros vulneráveis.

"Não apenas Suu Kyi e Win Mying, mas também alguns detentos idosos receberam os cuidados necessários devido ao clima muito quente", disse o porta-voz à AFP.

Problemas de saúde

A imprensa local informou que, durante os meses de julgamento, Suu Kyi sofreu tonturas, vômitos e parecia não conseguir comer devido a uma infecção dentária.

Os militares birmaneses derrubaram o governo civil de Suu Kyi em fevereiro de 2021, encerrando a experiência democrática de 10 anos do país, após décadas de regime militar.

O golpe gerou uma onda de protestos da oposição, que a junta esmagou com grande força, o que desencadeou um conflito que matou mais de 4.800 civis.

A junta também anunciou nesta quarta-feira o perdão de mais de 3.300 prisioneiros em uma anistia tradicional por ocasião do período de Ano Novo no país do sudeste asiático.

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Os demais detentos terão as suas penas reduzidas em um sexto, informou a junta militar em um comunicado, com exceção das pessoas condenadas por crimes graves, como homicídio, terrorismo e crimes relacionados com drogas.

(Com AFP)

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