Eurocopa 2024 começa na Alemanha com cinco equipes despontadas como favoritas

Aª 17 edição da Eurocopa começa nesta sexta-feira (14) em Munique com a partida de abertura entre o país anfitrião, a Alemanha, e a Escócia. Das 24 seleções que participam da competição intercontinental, cinco são consideradas favoritas ao título.  

Nicolas Bamba, da RFI

Três anos após a Euro 2020 ter sido adiada para 2021 devido à pandemia de Covid-19, a principal competição intercontinental está retornando no formato mais tradicional. Este ano, a competição volta à Alemanha, que sediou a competição pela última vez em 1988, na então Alemanha Ocidental.

Desde 2016, não 16, mas 24 nações se classificaram para essa fase final. No total, são 24 equipes divididas em seis grupos. Os dois melhores de cada grupo e os quatro melhores terceiros colocados avançam para a fase do mata-mata. A final será no dia 14 de julho, em Berlim. Para esta edição, cinco equipes são apontadas como as mais fortes candidatas ao título.

A Alemanha precisa resgatar seu nível de jogo

Anfitriã da competição, a seleção alemã vai jogar sob pressão. A Nationalmannschaft, como é conhecida a equipe, não pode mais se dar ao luxo de perder. Campeã mundial em 2014 e semifinalista da Euro 2016, a Alemanha sofreu uma série de derrotas desde então: eliminação na primeira rodada das Copas do Mundo de 2018 e 2022, bem como nas oitavas de final da Euro 2020. Esses resultados ruins não são dignos de um país com um histórico impressionante que não está acostumado a tais reveses. Em casa, a Alemanha não pode tolerar outro desempenho ruim.

Depois de 15 anos sob o comando de Joachim Löw, seguidos de dois anos complicados com Hansi Flick e um breve período de interinidade com Rudi Völler, Julian Nagelsmann, de 36 anos, assumiu o cargo de técnico em setembro de 2023 e reacendeu as esperanças. Ele convenceu o experiente Toni Kroos, ex-Real Madrid, a adiar a aposentadoria e jogar sua última competição. Com jogadores experientes como o goleiro Manuel Neuer, o zagueiro Antonio Rüdiger e o meio campista ?lkay Gündo?an, bem como jovens talentosos como Jamal Musiala e Florian Wirtz, a Mannschaft tem pontos fortes para explorar. Mas, acima de tudo, eles não têm espaço para erros.

França com sede de conquista

Ele já havia conquistado quase tudo como jogador. Agora como técnico, Didier Deschamps acrescentou uma Copa do Mundo à sua invejável lista de conquistas, tornando-se um dos poucos nomes que levantaram o troféu de campeão como jogador e técnico. Mas a Eurocopa, conquistada em 2000 pouco antes de sua aposentadoria como jogador da seleção, escapou de suas mãos duas vezes desde que assumiu o comando da equipe francesa. Finalistas derrotados em casa por Portugal em 2016, os "Bleus" sofreram uma eliminação inesperada nas oitavas de final contra a Suíça na última Eurocopa. A eliminação foi com o pênalti perdido pelo atacante Kylian Mbappé, que sem dúvida, não se esqueceu desse fracasso.

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Como campeões mundiais de 2018 e atuais vice-campeões, os franceses são fortes candidatos ao título. Eles não escondem essa condição de favoritos nem a ambição de levantar o troféu. Mas diante do desempenho e dos resultados dos últimos amistosos, entre eles um empate sem gols com o Canadá, o caminho até final em 14 de julho, na principal data nacional da França, não deverá ser nada fácil.

A Inglaterra sonha em voltar a triunfar

A Inglaterra só ganhou uma Copa do Mundo, em casa, em 1966. Há três anos, em Wembley, a equipe inglesa, que achava que finalmente colocaria as mãos na Eurocopa, perdeu a final para a Itália nos pênaltis. Foi outra derrota de partir o coração, mas também um sinal do progresso feito pela seleção inglesa, semifinalista da Copa do Mundo de 2018. Um ano depois da Euro, eles chegaram às quartas de final da Copa do Mundo no Catar, onde foram derrotados pelos franceses.

Em resumo, a Inglaterra está progredindo e se posicionando como uma das favoritas. E os ingleses estão ansiosos para mostrar que os jogadores que brilham em seus clubes podem fazer o mesmo pela equipe nacional.

Ainda sob o comando do técnico Gareth Southgate, a equipe inglesa tem uma mistura de juventude e experiência. Isso é ilustrado no ataque por jogadores como Phil Foden, Bukayo Saka e o meia do Real Madrid Jude Bellingham, em apoio ao maior artilheiro de todos os tempos da equipe nacional, Harry Kane (63 gols em 90 partidas). Os ingleses têm os recursos e a ambição; tudo o que resta é combinar todos esses elementos para chegar até a final. E vencer. 

Espanha: em busca do renascimento

Os dias da hegemonia espanhola no futebol parecem ter acabado há muito tempo. Campeões europeus em 2008 e 2012, e campeões mundiais em 2010, os espanhóis eram imbatíveis nessa época. Mas depois a "La Roja" sofreu algumas decepções bem amargas, como se o crepúsculo da era de Casillas, Xavi, Xabi Alonso e Iniesta sinalizasse o fim de uma "era de ouro". A equipe nacional precisava se reinventar e permitir que novos jogadores surgissem de sua rica reserva de talentos. Uma nova página foi virada e os fãs espanhóis de futebol estão ansiosos por um futuro mais brilhante.

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Luis De La Fuente assumiu o cargo de técnico no lugar do impetuoso Luis Enrique e deu um novo fôlego à La Roja, que venceu a Liga das Nações de 2023 e teve uma boa campanha nas eliminatórias para a Euro (7 vitórias e 1 derrota). Com uma média de idade de 27 anos, a equipe é mista e, embora Gavi esteja ausente por lesão, os jovens Pedri, 21 anos, e especialmente Lamine Yamal, 16, estejam presentes, assim como o capitão Alvaro Morata e a força motriz Rodri. Semifinalista da última Eurocopa, a Espanha pretende ir mais além nesta edição, mas deve evitar os riscos de um grupo B difícil, com Croácia, Itália e Albânia.

Portugal, um sério candidato liderado pelo veterano Ronaldo

As eliminatórias para a Euro 2024 foram um passeio para Portugal. Certamente o Grupo J não era o mais complicado, com a Eslováquia como principal adversária. Mas os números falam por si. Os portugueses tiveram um desempenho espetacular, vencendo todas as 10 partidas, marcando o maior número de gols (36) e sofrendo o menor número de gols (2). Roberto Martinez, o técnico que assumiu o lugar de Fernando Santos no início de 2023, tem uma equipe cheia de confiança e talento.

A seleção portuguesa tem jogadores de alto nível em todas as posições. Martinez foi até obrigado a fazer algumas escolhas complicadas. Só no ataque, o treinador tem de escolher entre Bruno Fernandes, Bernardo Silva, Vitinha, João Félix, Diogo Jota, Rafael Leão, Gonçalo Ramos e, claro, Cristiano Ronaldo. Aos 39 anos, "CR7" continua muito presente, cheio de confiança neste novo Portugal, depois de uma Copa do Mundo de 2022 em que perdeu a vaga de titular sob o comando de Fernando Santos. Para um competidor tão ávido por recordes, é arriscado falar sobre o último torneio. Mas é bem possível que esta Eurocopa, a sexta de sua carreira, vinte anos após a primeira em casa, seja a última. Campeão europeu em 2016, Cristiano Ronaldo poderia muito bem acrescentar uma segunda taça à sua incrível lista de conquistar antes de se despedir dos gramados.

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