Campanha para eleição presidencial começa em Ruanda; após 24 no poder, Kagame deve ser reeleito

A campanha para as eleições presidenciais de 15 de julho em Ruanda foi oficialmente aberta no sábado (22). O presidente Paul Kagame, que governa o país africano há 24 anos, deve ser reeleito. Um total de 9,01 milhões de eleitores estão inscritos para o pleito, que será, pela primeira, realizado conjuntamente com eleições legislativas.

Paul Kagame foi eleito presidente pelo parlamento após a demissão de Pasteur Bizimungu em 2000. Depois ele foi reeleito três vezes durante, nas eleições de 2003, 2010 e 2017, conseguindo a cada vez mais de 90% dos votos.

No dia 15 de julho, Kagame enfrentará os mesmos adversários de 2017, o líder do Partido Democrático Verde, Frank Habineza, e o ex-jornalista Philippe Mpayimana. Neste ano, ele obteve mais de 98,79% dos votos, Philippe Mpayimana 0,73% e Frank Habineza 0,48%.

Várias figuras da oposição, como Victoire Ingabire e Bernard Ntaganda, não tiveram oportunidade de se apresentar, devido a condenações anteriores. Os tribunais rejeitaram seus pedidos para que seus direitos civis fossem restaurados.

A comissão eleitoral também invalidou a candidatura de Diane Rwigara, por ter apresentado documentos não conformes. Esta opositora de Kagame já tinha sido excluída das eleições presidenciais de 2017, acusada de falsificação de documentos e detida antes de ser inocentada pelos tribunais em 2018.

Diminuição do mandato

Uma polêmica revisão constitucional, aprovada por referendo em dezembro de 2015, diminuiu o mandato de sete anos para cinco e a possibilidade do chefe de Estado de se manter no cargo por no máximo dois mandatos.

Essa modificação gerou fortes críticas porque zerou o número de mandatos de Paul Kagame, que já havia cumprido dois de sete anos. O chefe de Estado também foi autorizado a concorrer a um mandato transitório de sete anos, entre 2017 e 2024.

Esta reforma permite, portanto, que o presidente, em caso de reeleição, permaneça no poder até 2034. Ela também sincronizou as eleições legislativas com as presidenciais.

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Mais de 500 candidatos concorrerão às 80 vagas no Parlamento de Ruanda.

(Com AFP)

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