Rússia reivindica captura de duas novas aldeias no leste da Ucrânia, onde tropas avançam lentamente

Na segunda-feira (1º), a Rússia reivindicou a responsabilidade pela captura de duas novas aldeias no leste da Ucrânia, onde mantém seu avanço, mas foi afetada por cortes de energia nas áreas de fronteira após os bombardeios ucranianos.

De acordo com o relatório diário do Ministério da Defesa da Ucrânia na segunda-feira, as forças russas tomaram as aldeias de Novopokrovske, na região de Donetsk (leste) e Sepova Novosselivka, na região de Kharkiv (nordeste).

A primeira está localizada perto de Otcheretyne, onde as tropas russas obtiveram algumas vitórias nas últimas semanas. A segunda fica na direção de Kupiansk, um dos objetivos da ofensiva russa no nordeste.

As forças russas, que estão aproveitando as dificuldades do Exército ucraniano para reabastecer suas frentes ofensivas e obter mais armas e munições do Ocidente, vêm reivindicando conquista de territórios há meses.

Desde sábado (29), os russos conquistaram um total de cinco vilarejos em vários setores da frente. Neste fim de semana, o Exército russo já havia reivindicado a captura de três outras aldeias, incluindo a de Choumy, perto da cidade mineira de Toretsk, outro eixo de ataque atual das forças russas no leste.

Diante desse cenário difícil, as autoridades ucranianas anunciaram nesta segunda a retirada de mais de 700 moradores de Toretsk, mas cerca de 5 mil pessoas permanecem na cidade e "muitas delas estão tentando se deslocar", disse a polícia nacional no Telegram.

Dezenas de bombardeios russos todos os dias

Moradores de Toretsk entrevistados na semana passada pela AFP relataram dezenas de bombardeios russos diários na cidade, que até recentemente não havia sido afetada pelos combates. A cidade é uma importante porta de entrada para Kramatorsk, o objetivo final do Kremlin no Donbass.

De acordo com a promotoria ucraniana, duas mulheres idosas foram mortas e outras oito pessoas ficaram feridas em um bombardeio russo com foguetes Ouragan na cidade de Ukraïnsk, na região de Donetsk, que danificou um prédio administrativo e casas.

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No lado russo, as greves ucranianas na segunda-feira causaram cortes de eletricidade e água corrente na região fronteiriça de Belgorod, e podem afetar outras regiões, de acordo com as autoridades locais. Houve restrições no fornecimento de energia em Belgorod desde a parte manhã. "Algumas zonas da cidade estão sofrendo interrupções no fornecimento de água", informou o prefeito Valentin Demidov no Telegram.

O governador da região de Belgorod, Vyacheslav Gladkov, relatou vários ataques de drones ucranianos contra a infraestrutura de energia e residências. Uma menina de quatro anos foi morta e sete pessoas ficaram feridas, de acordo com a mesma fonte.

As autoridades das regiões vizinhas de Kursk e Voronezh verificaram que os cortes de energia também foram possíveis após os ataques. "Devido a falhas técnicas nas linhas de energia nas regiões vizinhas, pode haver uma escassez de capacidade de eletricidade na região de Kursk", declarou uma das autoridades da região.

Ucrânia ainda na defensiva

O Ministério da Defesa da Rússia informou que 36 drones ucranianos foram derrubados durante a noite. A Rússia também intensificou seus ataques às estações de energia ucranianas nos últimos meses, causando cortes de energia em todo o país. De acordo com o presidente Volodymyr Zelensky, a Ucrânia perdeu metade de sua capacidade energética como resultado desses ataques.

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No front, a Ucrânia tem estado na defensiva desde o fracasso de sua maior contraofensiva no verão passado e a queda da fortaleza de Avdyivka, em fevereiro. 

Kiev pediu ao Ocidente que forneça novos sistemas antiaéreos para se defender dos ataques russos. No final de junho, Zelensky disse que estava trabalhando em um novo plano para encerrar o conflito, com o objetivo de que ele fosse "apoiado pela maioria" da comunidade internacional.

No entanto, o presidente russo Vladimir Putin apresentou sua própria solução: que a Ucrânia cedesse cinco regiões parcialmente ocupadas por Moscou e renunciasse à sua participação na OTAN. Essa é uma exigência para a capitulação, rejeitada por Kiev e pelo Ocidente.

(RFI com AFP)

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