Israel vai avaliar resposta de Hamas sobre proposta para um acordo em Gaza

O Hamas encaminhou um novo posicionamento à proposta de acordo elaborada por Israel e apresentada pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, no final de maio. Esta resposta parece ser uma nova abordagem depois que em 11 de junho o Hamas fez dezenas de alterações na proposta israelense, muitas delas consideradas inaceitáveis por Israel e Estados Unidos. 

Henry Galsky, correspondente da RFI em Israel,

Israel confirmou ter recebido o novo documento e irá estudá-lo, segundo comunicado oficial do gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. 

O Hamas confirmou a informação e disse ter "muito interesse em alcançar um acordo". Ismail Haniyeh, líder do grupo no exterior, conversou com representantes de Catar e Egito, mediadores no processo de negociações, e com o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan. 

Segundo a imprensa israelense, há tecnicamente dois pontos fundamentais de impasse: o primeiro deles, um texto amplo em uma das cláusulas que permitiria a Israel retomar os combates a qualquer momento; o segundo, o movimento contrário do Hamas - ou seja, a busca por obter garantias de que Israel não poderá reiniciar os combates já a partir do momento em que houver um acordo e que a primeira das três fases entrar em vigor. 

Dúvidas de Israel

Sobre este item especificamente, a RFI obteve a informação de que os oficiais israelenses temem que o Hamas não libertes os reféns e por isso insistem sobre a liberdade de ação militar do país em Gaza. De acordo com a visão de Israel, esta seria o último elemento de pressão para garantir que o Hamas venha a cumprir com a sua parte. 

O Fórum dos Familiares dos Reféns israelenses também se manifestou em relação a este novo movimento. Por comunicado, disse que "não vai permitir que os ministros (da atual coalizão de governo) derrubem o acordo mais uma vez". 

No próximo domingo, 7 de julho, há a expectativas de novas manifestações em Israel a favor de um acordo que tenha como prioridade a libertação dos reféns. Os protestos exigem também a renúncia do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e a realização de novas eleições. A intenção da cúpula do movimento é levar 1 milhão de israelenses às ruas, cerca de 10% do total da população do país.  

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