Alain Delon é enterrado após cerimônia íntima em sua propriedade na França

Depois de uma vida sob os holofotes, foi na privacidade que a família e os entes queridos de Alain Delon se despediram do astro, na tarde deste sábado (24). O ator, morto no último domingo (18), foi enterrado na capela privada da sua propriedade em Douchy (Loiret), após uma cerimônia celebrada pelo ex-bispo Jean-Michel Di Falco.

Cerca de 50 pessoas, amigos íntimos do clã Delon escolhidos a dedo, foram convidadas para o funeral, marcado para as 16h (11h em Brasília), disseram à AFP seus três filhos, Anthony, Anouchka e Alain-Fabien.

Pouco antes do meio-dia, um comboio fúnebre de seis veículos, incluindo um carro funerário vazio, entrou na propriedade, segundo jornalistas da AFP no local. Os dois filhos do ator, Anthony e Alain-Fabien, vieram ao encontro dos fãs em frente à casa e prestaram homenagens nos portões da propriedade, onde centenas de pessoas depositaram flores e assinaram registros de condolências ao longo da semana.

Durante alguns minutos, os herdeiros conversaram com algumas das pessoas presentes, a maioria delas muito emocionadas, para agradecer a sua presença e o seu apoio. Os dois filhos saíram sob aplausos.

"Estou muito emocionada por poder vê-los, de certa forma compensa não poder comparecer à cerimônia", declarou Nicole, que veio de Yvelines, na região parisiense, para a ocasião.

"Pedem-me que eu coloque palavras, mas a tristeza é intensa demais", reagiu Claudia ao anúncio da morte do seu companheiro em "O Leopardo", filme de cult de Luchino Visconti (1963).

Voos proibidos

Para garantir a confidencialidade da cerimônia, os celulares deveriam ser retirados de todos os presentes. A pedido da família, a prefeitura também proibiu os voos sobre a propriedade durante todo o fim de semana.

O funeral aconteceu a portas fechadas, longe de câmeras, na capela localizada na propriedade Douchy-Montcorbon comprada por Alain Delon em 1971. Pouco antes das 17h, horário marcado para o sepultamento, os convidados e os curiosos que se aglomeraram no portão da propriedade observaram um minuto de silêncio, em homenagem ao astro. 

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"Eu entendo que a família queira manter a privacidade. Era o desejo deles", disse Marie-Christine Guibert, vizinha da propriedade. "Apesar de tudo, queria homenageá-lo no dia do funeral. É simbólico", comentou.

De acordo com a vontade de Delon, que há vários anos definiu como deveria ocorrer o seu sepultamento, a cerimônia foi celebrada com um pequeno grupo por Jean-Michel Di Falco, 82 anos, ex-bispo de Gap e considerado capelão de celebridades.

Cerca de uma centena de policiais protegeram o entorno da propriedade, segundo as autoridades, que bloquearam duas estradas na região a partir das 10h. O ator foi enterrado, como desejou, perto de seus cães em sua casa - procedimento "excepcional" que exigiu autorização da prefeitura.

"Uma homenagem nacional não era o desejo do falecido, que queria ser enterrado como Frederico II da Prússia, no Castelo de Potsdam com os seus cães", explicou o apresentador de rádio e televisão Stéphane Bern, na emissora Europe 1. "É cheio de majestade e brio. É muito Delon", comentou.

Fãs vêm de longe para homenagear ator

Admirado muito além da França, Alain Delon, uma das lendas da história do cinema, morreu no domingo aos 88 anos, rodeado pelos seus três filhos. "Não tenho absolutamente nenhum medo da morte", havia declarado o protagonista de "O Leopardo" em entrevista publicada em 2011, pela revista Paris-Match.

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Durante toda a semana, centenas de anônimos, muitos vindos de longe, vieram assinar os registros de condolências, deixar flores ou simplesmente prestar homenagens em frente aos portões da propriedade do ator. "Estou impressionada: o telefone não parou desde domingo e alguns admiradores vieram de muito longe para comprar uma rosa", disse à AFP a florista do vilarejo Agnès Bourgoin.

Com AFP

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