Promotoria italiana investiga possível homicídio culposo em naufrágio que matou magnata inglês

O Ministério Público italiano na Sicília anunciou, neste sábado (24), uma investigação por possíveis crimes de naufrágio negligente e homicídio culposo após um luxuoso iate afundar no litoral siciliano, causando a morte de sete pessoas, entre elas o magnata inglês Mike Lynch.

O iate "Bayesian", de bandeira britânica, afundou em poucos minutos na segunda-feira (19), a 700 metros do porto de Porticello, perto de Palermo, após a passagem de uma tromba d'água na região.

"O Ministério Público de Termini Imerese apresentou um processo ante o Estado contra pessoas desconhecidas, por possíveis crimes de naufrágio negligente e homicídio múltiplo por negligência", declarou à imprensa o procurador Ambrogio Cartosio. Ele alertou que a investigação está em fase inicial, já que o último cadáver, o de Hannah Lynch, filha de 18 anos do empresário da tecnologia, não havia sido retirado do mar até sexta-feira.

"Exatamente porque a investigação pode evoluir em um sentido ou outro, não descartamos absolutamente nada", disse o procurador.

Bilionário comemorava absolvição de fraude

Lynch, de 59 anos, convidou amigos e familiares ao barco para comemorar sua recente absolvição em um caso de fraude nos Estados Unidos. Um tribunal de São Francisco absolveu-lhe, em junho, de todas as acusações que lhe eram imputadas. O bilionário britânico foi acusado de uma fraude por US$ 11 bilhões(RS$ 60,7 bilhões) relacionados à venda de sua empresa Autonomy ao grupo Hewlett-Packard (HP).

O veleiro de luxo, de 56 metros de comprimento, foi atingido por uma tromba d'água na madrugada de segunda, quando estava ancorado em frente a Porticello. Quinze pessoas foram resgatadas e pouco depois foi encontrado o corpo de um homem, que neste sábado foi confirmado como sendo o cozinheiro do barco.

Uma grande operação de busca, com mergulhadores especializados, encontrou os corpos de quatro amigos de Lynch, na quarta-feira (21), e o do próprio Lynch no dia seguinte.

Iate afundou rápido

A velocidade na qual o veleiro afundou e o fato de que as demais embarcações ao seu redor não foram afetadas levantaram dúvidas, em particular sobre se a quilha com lastro, que atuava como contrapeso do imponente mastro de 75 metros, estava para baixo ou para cima no momento da tempestade.

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Em uma entrevista ao Corriere della Sera, o chefe da The Italian Sea Group, proprietário do estaleiro Perini Navi que construiu o "Bayesian", apontou um erro humano para explicar a tragédia.

Com informações da AFP

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