'Confiança corroída': Netanyahu demite ministro da Defesa de Israel e faz mudanças no governo

Na terça-feira (5), o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu anunciou a saída de Yoav Gallant do cargo de ministro da Defesa. Ele foi substituído por Israel Katz, que anteriormente era ministro das Relações Exteriores. A "confiança em Yoav Gallant foi corroída" durante a guerra em Gaza, disse Netanyahu. Gideon Saar é nomeado ministro das Relações Exteriores. 

Na terça-feira, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, demitiu seu ministro da Defesa, Yoav Gallant, com quem as relações se tornaram tensas durante a guerra em Gaza, e nomeou o atual chefe da diplomacia, Israel Katz, em seu lugar. 

"Em meio à guerra, a confiança é mais do que nunca necessária entre o primeiro-ministro e seu ministro da Defesa", mas "nos últimos meses, essa confiança foi corroída", disse Netanyahu em uma carta aberta a Gallant, acrescentando que ele havia "escolhido nomear o ministro Israel Katz para substituí-lo". 

Yoav Gallant respondeu no X que "a segurança de Israel tem sido e continuará sendo a missão de [sua] vida". 

 

O atual chefe da diplomacia, Israel Katz, "já demonstrou suas habilidades e contribuições para a segurança nacional", escreveu Netanyahu para explicar sua escolha. 

Katz foi ministro das Finanças, ministro da Inteligência e um membro "de longa data" do gabinete de segurança, disse ele. Apelidado de "bulldozer" (escavadeira), Katz "combina a responsabilidade e a calma na resolução de problemas, essenciais para liderar essa campanha". 

Ex-general que se tornou político, Gallant foi, no entanto, considerado um "falcão" dentro do governo na condução das operações desde o sangrento ataque do Hamas ao sul de Israel em 7 de outubro de 2023, que desencadeou a guerra em Gaza.

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Depois de mais de um ano de guerra em várias frentes, a força do exército está sob pressão e, nos últimos meses, ele incorreu na ira dos partidos ultraortodoxos, principais aliados da coalizão do primeiro-ministro, ao ordenar o alistamento de 10 mil membros do sexo masculino dessa comunidade religiosa em idade militar. 

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Eles representam cerca de 14% da população judaica de Israel, ou seja, quase 1,3 milhão de pessoas, e cerca de 66 mil homens em idade militar se beneficiam de uma isenção porque se dedicam ao estudo dos textos sagrados do judaísmo, de acordo com uma regra introduzida quando Israel foi criado em 1948. 

Em 2018, a questão do alistamento militar criou uma crise tão grande que precipitou o país para várias eleições legislativas em quatro anos, sem que o assunto fosse encerrado.

(Com AFP)

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