Para imprensa francesa, Donald Trump pode saborear vários êxitos nas eleições americanas

As 3h da manhã, em Brasília, a imprensa francesa já antecipava a tendência de vitória de Donald Trump nos Estados Unidos. Com vários canais de TV e portais transmitindo ao vivo a apuração dos resultados, e enviados especiais nas principais cidades americanas - Nova York, Washington, nos estados da Flórida, Pensilvânia, Geórgia e Michigan -, o retorno do republicano à Casa Branca era noticiado como provável. 

No mesmo horário de 3h, o canal BFMTV afirmava que com a vitória de Donald Trump já consolidada em dois dos sete estados-pêndulos - Carolina do Norte e Geórgia -, a democrata Kamala Harris precisaria vencer nos estados de Wisconsin, Pensilvânia e Michigan. 

Historiadores e analistas políticos entrevistados pela rádio France Info diziam que os americanos estavam determinados a virar a página rapidamente e consolidar o resultado no dia seguinte da votação, em vez de entrar em uma espiral de disputas judiciais.

Faltando 5 minutos para as 4h, o jornal Le Monde publicava que o canal Fox News anunciava a vitória de Trump, baseado em dados da emissora sobre a apuração na Pensilvânia, cujo peso dos grandes eleitores (19 ao todo) é decisivo para o resultado final da eleição. A CNN também anunciou a vitória irreversível do republicano neste grande estado da "muralha azul", durante décadas um reduto democrata. 

Trump pode saborear dois feitos históricos: torna-se o primeiro presidente a retornar à Casa Branca após uma derrota, o que só aconteceu uma vez na história dos Estados Unidos, com Grover Cleveland no século 19 - nos mandatos de 1885-1889 e 1893-1897. O segundo êxito do republicano é que ele conquistou o voto popular de minorias, que tradicionalmente votavam no Partido Democrata. 

Em sua análise sobre os resultados parciais, mas com a tendência definida, o jornal Le Figaro observa que a ideia de que o eleitorado negro e latino era assegurado para os democratas "desabou" nesta eleição, uma vez que Trump teve bons resultados em meio a esses eleitores, principalmente de homens. 

"O novo Partido Republicano controlado pelo movimento MAGA (Make America Great Again) de Donald Trump conquista votos muito além da cor da pele e do sexo dos eleitores", afirma o Le Figaro.

Discurso da vitória

Em seu discurso da vitória, pronunciado antes do candidato atingir oficialmente o número de 270 grandes eleitores necessários, Trump agradeceu o apoio de Elon Musk. Analistas franceses destacam que o republicano e dono da rede social X, da Tesla e da SpaceX, fecharam um acordo. O bilionário será uma das personalidades mais influentes na Casa Branca, encarregado de ditar as diretrizes de uma grande desregulamentação nos Estados Unidos, o que ambos chamam de "burocracia de Washington".

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