Haiti: combates entre gangues diminuem, mas abuso sexual é generalizado, diz HRW
O Haiti registrou uma queda nos combates entre grupos criminosos durante 2024, mas um aumento nos ataques contra civis, incluindo o uso generalizado de "abusos sexuais horríveis", de acordo com um relatório da Human Rights Watch (HRW).
"Os grupos criminosos têm usado com frequência a violência sexual para incutir medo em territórios rivais", observou o grupo sediado em Nova York.
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"O Estado de direito no Haiti está tão quebrado que membros de grupos criminosos estupram meninas e mulheres sem medo das consequências", disse a pesquisadora da HRW, Nathalye Cotrino.
A ONG fez dezenas de entrevistas presenciais e remotas com sobreviventes de abusos sexuais no empobrecido país caribenho, bem como com funcionários e agentes de ajuda humanitária e de direitos humanos.
De acordo com a HRW, entre janeiro e outubro deste ano, "quase 4 mil menores e mulheres adultas relataram violência sexual, inclusive estupro coletivo".
Ela citou uma pesquisa da ONU que mostra que os casos envolvendo crianças aumentaram 1.000% no período de 2023.
"Os bandidos não se importam com a idade das vítimas. Eles as estupram porque têm o poder", disse um trabalhador humanitário.
Ajuda humanitária como alvo
A violência das gangues armadas também se expandiu contra os que prestam ajuda humanitária.
Também houve "ameaças de morte e estupro contra a equipe da MSF por membros da Polícia Nacional Haitiana", informou a organização.
Os últimos ataques ocorrem após alegações de que MSF forneceu apoio médico a grupos criminosos.
Soldados brasileiros participaram da Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (Minustah) durante 13 anos, de 2004 a 2017, apesar de a prestação inicialmente ter sido prevista para durar apenas seis meses.
(Com AFP)