Ondas gigantes no litoral Pacífico do Peru e Equador provocam uma morte e fechamento de portos
As costas do Peru e do Equador estão sendo atingidas há vários dias por ondas de força incomum, que causaram pelo menos uma morte e levou ao fechamento da maioria dos portos pesqueiros peruanos.
As ondas gigantes atingiram a costa do Pacífico da América do Sul, danificando dezenas de barcos de pesca artesanal e comércios localizados na orla marítima, conforme imagens divulgadas pela mídia.
O fenômeno também provocou inundações em várias cidades costeiras, fazendo com que os habitantes fugissem do litoral no Equador e no Peru. As ondas chegaram a mais de quatro metros no Peru e a mais de dois metros no Equador, de acordo com as autoridades de ambos os países.
No Peru, 31 pescadores que estavam presos no mar foram resgatados no sábado (28) à tarde pela marinha e levados para a cidade de Tumbes, no noroeste do país, conforme a imprensa local.
No entanto, um deles afirmou à rádio Exitosa que pelo menos 180 de seus colegas ainda estavam no mar, em situação de emergência, segundo a Agência France-Presse. Na costa, as ondas danificaram dezenas de barcos de pesca artesanal.
Dos 121 portos do país, 91 foram fechados até o dia 1º de janeiro, e o acesso às praias foi restrito, anunciou o Centro Nacional de Operações de Emergência (COEN) por meio de seu perfil no X (antigo Twitter).
De acordo com o aviso emitido na sexta-feira, esse fenômeno começou em 25 de dezembro, deve durar até o dia 1º de janeiro e afetar gradualmente diferentes áreas das costas norte, central e sul do país.
A prefeitura de Callao, o maior porto do Peru, localizado perto da capital Lima, proibiu o acesso a todas as praias de sua jurisdição e fechou a turística praça Grau, na orla, que foi completamente inundada pelas ondas, conforme um jornalista da AFP no local.
Impacto na pesca
"Essas ondas não são como as outras. E os mais afetados são os pescadores", afirmou à AFPTV Roberto Carrillo Zavala, prefeito do distrito de La Cruz, no norte do país, que sobrevoou a costa de helicóptero acompanhado do ministro da Defesa do Peru, Walter Astudillo Chavez.
"Essas ondas são geradas a milhares de quilômetros do Peru, frente aos Estados Unidos (...) por um vento persistente na superfície do oceano que se aproxima das nossas costas", explicou o capitão Enrique Varea, chefe dos serviços hidrográficos e de navegação da Marinha peruana, ao Canal N.
O fenômeno climático "provoca esse tipo de ondulação anormal", disse à AFP Larry Linch, responsável pela proteção civil da Prefeitura de Callao, acrescentando que os ventos fortes, levados em direção à costa peruana, fizeram com que a maré subisse ainda mais na região.
Fenômeno natural
De acordo com o Instituto Oceanográfico e Antártico da Marinha do Equador (Inocar), esse fenômeno natural, que se traduz por ondas "acima da média", é caracterizado por "movimentos de fundo que geram ondas contínuas e de longa duração, originadas por tempestades distantes que se deslocam ao longo do oceano Pacífico até atingirem a costa".
Uma pessoa que havia desaparecido na cidade costeira de Barbasquillo, no oeste do Equador, foi encontrada morta na manhã de sábado, informaram as autoridades, que ordenaram o fechamento preventivo das praias dessa cidade.
Com informações da AFP
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