Corpo de brasileiro encontrado no rio Sena pode demorar de duas a três semanas para ser liberado

Familiares e amigos do fotógrafo Flávio de Castro Sousa, cujo corpo foi encontrado em 4 de janeiro no rio Sena depois de passar 40 dias desaparecido, aguardam com expectativa a conclusão de exames realizados atualmente pela polícia francesa para organizar uma cerimônia em homenagem ao brasileiro. Segundo Rafael Basso, amigo de longa data de Flávio e que ajudou a polícia desde o início do processo, "o mais provável é que o corpo de Flávio seja cremado pois estava em estado avançado de decomposição".

O teste de DNA realizado com a ajuda de uma escova de dentes de Flávio permitiu a identificação formal do brasileiro, mas exames complementares são necessários à conclusão da investigação policial aberta após o desaparecimento do fotógrafo, em 26 de novembro. A autópsia revelou que não havia sinais de violência no corpo do mineiro, que tinha 36 anos, e concluiu que a causa da morte foi por afogamento, em decorrência de provável suicídio. O corpo de Flávio foi encontrado enroscado em galhos, na parte do rio Sena na altura do subúrbio de Saint-Denis, ao norte da capital.    

O consulado brasileiro em Paris está fornecendo todo o apoio necessário à família, de acordo com Rafael Basso. Os amigos de Flávio na capital francesa, que organizaram uma intensa campanha de buscas após seu desaparecimento, já manifestaram à família que têm vontade de organizar uma cerimônia em homenagem a ele em Paris.

Relembre o caso

Flávio desembarcou na capital francesa em 1° de novembro para fotografar o casamento de uma amiga brasileira três dias depois, trabalho que realizou em parceria com seu sócio Lucien Esteban, que voltou dia 8 de novembro para Minas Gerais, onde ambos gerenciavam a empresa Toujours Fotografia.

Flávio, que conhecia a França, falava o idioma fluentemente e tinha amigos na capital. Ele se organizou para permanecer mais algumas semanas e marcou o voo de retorno ao Brasil em 26 de novembro, dia em que teria caído no rio Sena pela primeira vez.

Conforme relatos da época, o acidente teria ocorrido a poucos metros da torre Eiffel. Em seguida, Flávio foi atendido no hospital Georges Pompidou, também nas proximidades. O fotógrafo estava com hipotermia e teve alta por volta do meio-dia. Aparentemente consciente, Flávio teria pedido para prolongar em mais um dia a estadia no apartamento alugado no 13° distrito, perto da Praça da Itália. 

No dia seguinte, 27 de novembro, depois de horas sem notícias de Flávio, amigos em Paris alertaram Lucien Esteban e familiares do fotógrafo no Brasil sobre o desaparecimento preocupante do mineiro. Ao tentarem contatar Flávio por telefone, funcionários do restaurante Les Ondes, no 16° distrito da capital, encontraram o celular do brasileiro em um vaso de plantas e atenderam a ligação. O restaurante fica a poucos metros da beira do rio, onde provavelmente ocorreu a queda fatal do fotógrafo.

Em entrevista à RFI, Basso explicou que a verificação das imagens de segurança pública de Paris mostraram Flávio deixando o próprio celular em um vaso de plantas no bar Les Ondes no dia 26 de novembro. 

Continua após a publicidade

Em seguida, ainda de acordo com Basso, as últimas imagens do fotógrafo na beira do Sena já davam indícios do que poderia ter acontecido. O mineiro já tinha caído no rio uma vez, na noite anterior.

"A hipótese da polícia estava muito clara. A gente esperava o aparecimento do corpo no Sena, o que poderia demorar até seis meses ou não acontecer por causa da decomposição do corpo", disse Basso.

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.