Em resposta à Trump, Irã diz não ter arma nuclear e que ameaças são 'imprudentes'


O líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, respondeu nesta quarta-feira (12) à tentativa de retomada dos Estados Unidos de negociações sobre o programa nuclear de Teerã. Khamenei afirmou que seu país "não possui armas nucleares" e "não está buscando" desenvolvê-las. As declarações foram feitas depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, enviou uma carta ao regime iraniano pedindo a retomada do diálogo sobre o tema.
O líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, respondeu nesta quarta-feira (12) à tentativa de retomada dos Estados Unidos de negociações sobre o programa nuclear de Teerã. Khamenei afirmou que seu país "não possui armas nucleares" e "não está buscando" desenvolvê-las. As declarações foram feitas depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, enviou uma carta ao regime iraniano pedindo a retomada do diálogo sobre o tema.
Durante uma reunião com estudantes nesta quarta-feira, Ali Khamenei ainda destacou que negociar sobre o nuclear com os Estados Unidos "não suspenderá as sanções" impostas ao Irã.
"Sobre armas nucleares, foi dito que não será permitido que o Irã as adquira", continuou. "Se quiséssemos construir armas nucleares, a América não poderia nos impedir", afirmou o líder supremo iraniano. "O fato de não termos armas nucleares e não buscarmos obtê-las se deve ao fato de que nós mesmos não as queremos", observou Khamenei.
O aiatolá ainda disse considerar as ameaças de ação militar dos EUA "imprudentes"
O ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, recebeu nesta quarta-feira uma carta do presidente americano Donald Trump. O documento foi entregue a Teerã por um diplomata sênior dos Emirados Árabes Unidos, informou a mídia iraniana.
"A carta de Trump foi entregue ao Irã pelo conselheiro diplomático do presidente dos Emirados Árabes Unidos, Anwar Gargash", informou a agência de notícias iraniana Fars.
Na sexta-feira (7), Trump anunciou que havia enviado uma carta ao líder supremo iraniano, incitando Ali Khamenei a entrar em negociações sobre seu programa nuclear, alertando sobre uma possível ação militar caso o Irã se recusasse. "Escrevi uma carta dizendo que espero que negociem, porque se tivermos que agir militarmente, será terrível para eles", disse o chefe da Casa Branca à Fox Business, na semana passada. "Não se pode permitir que tenham uma arma nuclear", declarou o presidente norte-americano.
Desde que voltou ao poder em 20 de janeiro, o republicano tem se mostrado favorável a negociar com o Irã sobre o programa nuclear do país. Mas, ao mesmo tempo, Trump reforçou as sanções contra Teerã, com foco no petróleo. Além disso, aplicou a política de "pressão máxima", como fez durante o primeiro mandato (2017-2021), com o objetivo de enfraquecer a economia e reduzir a influência internacional do Irã.
O acordo histórico de 2015, conhecido como Plano de Ação Integral Conjunto (JCPOA, na sigla em inglês), impôs restrições ao programa nuclear do Irã em troca de uma diminuição das sanções. No entanto, em 2018, durante o primeiro mandato, Trump retirou os Estados Unidos de forma unilateral acordo, e recuou em seus compromissos.
Segundo um relatório confidencial da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o Irã aumentou de forma "preocupante" suas reservas de urânio enriquecido a 60%, um nível próximo dos 90% necessários para fabricar armas nucleares.
Teerã afirma que o programa nuclear do país existe apenas para fins civis, principalmente para geração de energia, e nega ter a intenção de fabricar a bomba atômica. O Irã está enfraquecido, após ter sofrido várias derrotas na região desde o ataque do Hamas contra Israel, em 7 de outubro de 2023.
(Com AFP)