Temendo ataques russos, Polônia e países bálticos devem sair de acordo que proíbe uso de minas terrestres
Polônia, Lituânia, Letônia e Estônia estão considerando se retirar da Convenção de Ottawa que proíbe minas terrestres antipessoais. Os quatro países, que são membros da Otan, assumiram, nesta terça-feira (18), que temem a ameaça militar representada pela Rússia.
"A ameaça militar aos países membros da Otan que fazem fronteira com a Rússia e Belarus aumentou consideravelmente. Com essa decisão, estamos enviando uma mensagem clara: nossos países estão prontos e podem usar todas as medidas necessárias para defender nossos territórios e nossa liberdade", disseram os ministros da Defesa dos quatro países em uma declaração conjunta.
Ao sair da Convenção de 1997 sobre a proibição do uso, armazenamento, produção e transferência de minas antipessoais, conhecida como Tratado de Ottawa, a Polônia e as três repúblicas bálticas poderão armazenar e usar essas minas terrestres novamente.
O objetivo da saída da convenção seria permitir uma proteção mais eficaz das fronteiras da região, declarou o ministro da Defesa da Lituânia, Dovile Sakaliene, em outro comunicado à imprensa. Todos os quatro países compartilham uma fronteira com a Rússia. Polônia, Lituânia e Letônia também compartilham uma fronteira com Belarus, um aliado de Moscou que serve de base para as tropas russas.
O anúncio acontece em um momento de expectativas por conta da conversa do presidente dos EUA, Donald Trump, com seu colega russo, Vladimir Putin, nesta terça-feira. O objetivo é convencê-lo a aceitar a proposta de trégua na Ucrânia e avançar em direção a uma solução permanente para a guerra, que está em seu quarto ano.
A Polônia e os Países Bálticos, que faziam parte do bloco soviético durante a Guerra Fria, estão bastante preocupados com o fato de que o fim da guerra na Ucrânia pode encorajar a Rússia a atacá-los.
Outros países europeus também podem seguir o mesmo exemplo, inclusive a Finlândia, o último país da União Europeia a assinar a Convenção de Ottawa, em 2012. O país nórdico, que também compartilha uma fronteira de 1.340 quilômetros com a Rússia, disse em dezembro que estava considerando a possibilidade de retirar-se do tratado, citando o uso dessas armas por Moscou na Ucrânia.
Rússia, Estados Unidos, China, Índia e Israel são países que não assinaram e nem ratificaram a convenção, que faz parte de uma série de tratados internacionais determinados após o fim da Guerra Fria para promover o desarmamento global.
As minas terrestres matam e mutilam dezenas de milhares de civis em todo o mundo, geralmente muito tempo depois do término dos conflitos.
(Com AFP)
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