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Gurgel se diz frustrado por deixar cargo antes de concluir mensalão

08/08/2013 15h21

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, admitiu, nesta quinta-feira, se sentir frustrado por não conseguir concluir o processo do mensalão enquanto está no cargo. Roberto Gurgel deixa a Procuradoria-Geral da República (PGR) no dia 15 e o início do julgamento dos recursos dos condenados na ação penal, no Supremo Tribunal Federal (STF), está marcado para a quarta-feira, dia 14.

Linha do tempo do mensalão; relembre

  • Nelson Jr./TSE

"Se se iniciar no dia 14, eu participarei pelo menos da primeira sessão relacionada ao julgamento d os recursos. Frustração existe sim. Eu preferiria deixar o cargo com a decisão condenatória já sendo cumprida efetivamente. Ou seja, com a perda de mandatos parlamentares e com a expedição dos mandados de prisão em relação àqueles réus condenados a penas privativas de liberdade", declarou, após participar de evento do Ministério Público Federal nesta manhã.

Gurgel ressaltou, no entanto, que o Ministério Público é uma instituição em que a impessoalidade de ve imperar. "O colega ou a colega que me substituir, sem dúvida, conduzirá da melhor forma ou até melhor do que eu fiz esse trabalho que é tão importante, esse processo que mostra que todos os cidadãos brasileiros estão ao alcance do sistema de Justiça", completou.

Ainda não há uma definição sobre o sucessor. Uma lista tríplice com os mais votados pelos procuradores da República já está na mesa da presidente Dilma Rousseff. Após a indicação da presidente, o nome ainda precisa ser sabatinado e aprovado pelo Senado para, finalmente, tomar posse.

Na ausência do procurador-geral da República efetivo, assume o cargo interinamente o vice-presidente do Conselho Superior da PGR. Mas o mandato da atual vice-presidente, Maria Caetana Simpra Santos, termina no dia 12. Gurgel explicou que convocou para o dia 13 uma sessão extraordinária do colegiado para escolher quem representará a PGR até que o novo procurador-geral tome posse.

Roberto Gurgel admitiu ser prejudicial para o órgão ficar sem um representante efetivo. "O ideal seria que nós tivéssemos a transmissão do cargo já para o colega ou a colega que vai me substituir. Infelizmente, tem demorado muito. Nas três últimas oportunidades pelo menos houve essa interinidade, que é indesejável e não faz bem à instituição", declarou.