CPI do Cachoeira

Demóstenes responde questões de senadores no Conselho de Ética

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Direto da Redação

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Com o fim das perguntas dos senadores, o presidente do Conselho de Ética, Antônio Carlos Valadares (PSB-CE), convocou uma reunião para a próxima terça-feira, 05 de junho, para apreciar eventuais requerimentos da defesa do senador Demóstenes Torres, e encerrou a reunião da Comissão.

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) pergunta por que Demóstenes não considerou como prioritário, quando era presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, o projeto que transformava em crime a contravenção penal dos jogos de azar. Demóstenes responde a Suplicy que haviam cerca de outros 1.800 projetos na comissão.

O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) questionou o senador Demóstenes Torres se o fato de ele ter a conta do celular Nextel paga por Carlos Cachoeira não configuraria quebra de decoro parlamentar. Torres respondeu que o valor da conta seria irrisória - "uma conta de R$ 50" - e que o aparelho lhe foi presenteado pois tornava mais fácil fazer ligações internacionais. Torres afirmou ainda que conversava com diversas pessoas, além de Cachoeira, utilizando o aparelho.

O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) questionou sobre o valor de R$ 20 mil supostamente entregue pelo grupo de Cachoeira ao senador Demóstenes Torres. Torres afirmou que a transcrição das gravações da Polícia Federal, que indicam o suposto fato, estão truncadas e que os diálogos são contraditórios. O senador Demóstenes negou o recebimento do dinheiro e disse que naquele dia, véspera do seu casamento, ele teria recebido apenas seis taças de vinho.

Demóstenes Torres, ao ser questionado sobre o assunto pelo senador Fernando Collor (PTB-AL), afirmou que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, incorreu em improbidade administrativa ao não arquivar ou dar segmento às denúncias contidas na Operação Vegas, da Polícia Federal. "Em relação à improbidade administrativa é evidente: deixar de praticar ato de ofício. Creio que mais dia menos dia o procurador vai ter que explicar porque agiu dessa forma", afirmou Torres.

O senador Wellington Dias (PT-PI) questiona sobre o diálogo no qual Cachoeira pergunta a Demóstenes sobre o projeto de lei que regularizaria os jogos e o senador lhe responde que o projeto na verdade criminaliza a atividade, usando a expressão "isso aí não te pega?". "Se vossa excelência não sabia que Cachoeira era contraventor, qual a importância de dizer 'isso te pega?'", pergunta Dias. "Porque aí nem ele nem ninguém poderia explorar máquinas caça-níqueis", justificou Torres.

O presidente da Comissão de Ética abre a reunião para as perguntas dos demais parlamentares.

O relator Humberto Costa (PT-PE) encerra suas perguntas a Demóstenes.

Demóstenes afirmou que sua fonte sobre a suposta operação policial contra os jogos ilegais, cuja existência ele avisou a Cachoeira, seria um jornalista do Estado de Goiás. Demóstenes voltou a reforçar que a operação nunca ocorreu e que sua intenção era a de descobrir se Cachoeira ainda estava ligado ao jogo ilegal. O relator Humberto Costa rebateu que a falsa operação foi criada pela própria Polícia para descobrir quem vazava as informações.

Sobre um grampo no qual Demóstenes supostamente conversa com Cachoeira sobre um projeto de lei que permitiria aos estados legalizarem os jogos, Torres negou que teria atuado no Parlamento para que o projeto fosse aprovado. "Nem tudo que se diz, se faz. Eu não fiz nada. A prova maior são os senhores senadores. Qual o senador que eu procurei aqui para legalizar jogos?", afirmou Torres.

Demóstenes diz que se sentiu traído por Cachoeira. "Acho que sim [me senti traído e decepcionado]. Acho que todo mundo que se relacionou com ele se sentiu assim. Ficamos na pior situação do mundo", respondeu Torres ao relator Humberto Costa (PT-PE).

Depois de quase 2h do início da reunião, o líder indígena, Araujo Sepeti, entrou na sala do Conselho de Ética para acompanhar o depoimento do senador Demóstenes Torres. Vestido de terno e cocar, Sepeti disse ao UOL que é da tribo Guarani do Mato Grosso e que veio prestar apoio ao senador, que sempre o atendeu em seu gabinete e ouviu os apelos de sua comunidade. “Todo mundo é inocente, até que se prove o contrário”, afirmou.

Demóstenes Torres afirmou que nunca teve conhecimento de atividades ilícitas do ex-agente da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, apontado como funcionário de Carlinhos Cachoeira. O inquérito da Polícia Federal aponta que Dadá esteve oito vezes no gabinete de Demóstenes. O senador afirmou que, na época, eles provavelmente conversaram sobre a CPI do Apagão Aéreo.

Ao ser perguntado se reconhecia as conversas divulgadas pela Operação Monte Carlo, Demóstenes negou. "Não, tem muita coisa truncada. Nosso perito demonstra que há edição. Muitas conversas eu travei, mas muitas foram montadas e editadas. Por isso há requerimento para a perícia ser feita", afirmou Demóstenes.

Demóstenes Torres afirmou que as gravações da Polícia Federal são ilegais. "Há um conluio entre Ministério Público e Polícia federal para fazer uma investigação sobre um parlamentar", afirmou o senador, reforçando que apenas o Supremo Tribunal Federal poderia investigá-lo.

O relator Humberto Costa fez uma série de perguntas sobre se Demóstenes Torres teria conhecimento das atividades ilegais de Carlinhos Cachoeira. Demóstenes afirmou que apenas teve conhecimento das atividades ilegais do bicheiro quando ele foi preso pela Operação Monte Carlo, da Polícia Federal.

Humberto Costa (PT-PE) pergunta se Demóstenes Torres possuía conhecimento de atividades ilegais de Carlinhos Cachoeira à época que Torres era Secretário de Segurança Pública de Goiás. O senador Demóstenes respondeu que, como o jogo era permitido à época, Cachoeira pôde atuar legalmente entre 1995 e 2004. "Só pode ser ilegal o que não é legal. E se ele teve atividade legal de 1995 a 2004, então nesse período ele atuou legalmente", afirmou Torres.

O relator do processo contra Demóstenes Torres, o senador Humberto Costa (PT-PE), deu início às perguntas a Demóstenes. Antes, afirmou: “Não me move nenhum sentimento pessoal para fazer este trabalho, que procurei fazer com a maior cautela e preocupação”, disse Costa.

O presidente da Comissão, Antônio Carlos Valadares (PSB-CE), criticou o fato de Demóstenes ter chamado o relator de “advogado”, apesar de ele ser formado em Medicina. Ao ouvir a queixa do presidente da Comissão, Demóstenes se desculpou dizendo que “jamais durante toda a exposição” ele quis deixar de ser respeitoso com o relator, que foi sorteado para ficar com o caso no Conselho.

"Repito, qual foi o senador que eu procurei para falar de legalização de jogo", indagou Demóstenes, ao encerrar seu pronunciamento. Torres reforçou ainda que irá responder às perguntas dos senadores, mas que não dará entrevistas à imprensa, que deverá ouvir seu advogado."Eu disse que vou responder ao senadores, quem responde a imprensa é o advogado", afirmou Torres.

Demóstenes afirmou que as famílias não podem sofrer as penas imputadas aos criminosos. "E olha que eu nem sou criminoso", comentou o senador, provocando alguns risos na sala do Conselho de Ética.

O senador afirmou que seu advogado não queria que ele falasse durante o depoimento ao Conselho de Ética do Senado. "Mas chegamos a um acordo", afirmou Torres.

"Evidente que há um massacre deliberado. Os próprios procuradores frequentaram as redações de revista", afirma Torres.

Demóstenes Torres lê durante sua defesa no Conselho de Ética uma entrevista de Fernando Cavendish, ex-presidente da Delta Construções, na qual o empresário afirma que o senador não seria sócio oculto da Delta.

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"Eu estou comprovando que não recebi dinheiro e que não pertenço a jogo", afirma Demóstenes.

O senador Demóstenes Torres confirmou o encontro em Berlim com o ministro do STF Gilmar Mendes, mas classificou a repercussão do assunto como uma "história maliciosa". O senador afirmou que ambos tinham compromissos em cidades diferentes da Europa e se encontraram em Berlim, onde mora uma filha de Mendes. Demóstenes disse ainda que o ministro do STF não utilizou um avião particular para voltar da Alemanha e que Carlos Cachoeira não participou do encontro. Torres afirmou que voltou antes de Mendes ao Brasil.

Demóstenes tentou justificar a ligação telefônica na qual ele aparece informando Carlinhos Cachoeira sobre uma suposta operação da Polícia e Ministério Público contra o jogo ilegal. Segundo o senador, aquela foi uma tentativa de tentar "jogar o verde", nas palavras do senador, para descobrir se Cachoeira continuava de fato no ramo dos jogos. Demóstenes afirmou ainda que as supostas operações não foram de fato realizadas.

"Não há quebra de decoro em se comentar um projeto com quem quer que seja", defendeu Torres.

O senador rebateu a suspeita, feita a partir das escutas da Polícia Federal, de que ele atuasse no Congresso em favor da legalização da exploração de jogos de azar. "Jamais procurei qualquer senador dessa legislatura para discutir legalização de jogos", afirmou Demóstenes.

Demóstenes afirmou que utilizava o rádio Nextel, recebido de Cachoeira e supostamente à prova de grampos, para seu uso pessoal. "Falava nos Estados Unidos, na Argentina, no Brasil, e falava com muitas outras pessoas", afirmou o senador, que disse desconhecer que Cachoeira havia dado presente semelhante a outras pessoas. "Não podia imaginar jamais que 40 outras pessoas tinham esses rádios", disse Demóstenes.

A primeira meia hora da reunião foi marcada pelo silêncio dos senadores que ouviram atentamente as explicações do senador.

Demóstenes leu também um trecho da denúncia do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que pediu a abertura de investigações contra o senador no Supremo Tribunal Federal (STF), afirmando que as investigações da Polícia Federal não encontraram indícios de que Demóstenes participava da exploração de jogos ilegais. "Eu jamais tive qualquer participação em esquema de jogos ilegais", afirmou Demóstenes ao fim da leitura.

Para sustentar sua negativa de participação nos lucros do jogo ilegal, o senador Demóstenes lê diversos trechos do inquérito da Polícia Federal (PF) e de relatórios do Ministério Público Federal (MPF) que mencionam que muitas das ligações interceptadas não possuem relação com a exploração ilegal do jogo por Cachoeira e que o senador não era objeto das investigações.

Demóstenes negou as informações publicadas na imprensa de que ele receberia comissão sobre a exploração do jogo ilegal. "Eu não tenho nada a ver com jogo. Devo essa explicação principalmente a minha mulher e a meus filhos, além dos senhores", afirmou o senador.

Demóstenes confirmou sua amizade com Carlinhos Cachoeira, mas afirmou que desconhecia as atividades ilegais do bicheiro "Eu não podia saber o que sei hoje", afirmou o senador.

O senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) afirma que chegou a pensar em renunciar ao mandato, após surgirem os vazamentos da Operação Monte Carlo da Polícia Federal.

"Devo dizer a vossas excelências que vivo o pior momento de minha vida", afirmou o senador Demóstenes Torres, ao iniciar seu pronunciamento no Conselho de Ética do Senado.

O presidente do Conselho, Antônio Carlos Valadares (PSB-CE), afirma que será dado a Demóstenes "todo o tempo necessário à sua defesa", e passa a palavra ao senador.

O presidente do Conselho de Ética do Senado, Antônio Carlos Valadares (PSB-CE), propõe ao Conselho que seja dada a palavra ao senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) para seus esclarecimentos, em seguida ao relator do processo, senador Humberto Costa (PT-PE), e por fim os parlamentares poderão fazer perguntas ao senador Demóstenes.

Demóstenes cumprimentou os integrantes da mesa do Conselho, o presidente Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) e o relator Humberto Costa (PT-PE).

O senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) chegou à reunião do Conselho de Ética do Senado, com 40 minutos de atraso, em companhia de seu advogado Antonio Carlos de Almeida Castro.

O presidente do Conselho de Ética do Senado, Antônio Carlos Valadares (PSB-CE), abriu os trabalhos da reunião. Segundo Valadares, o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), que ainda não chegou, foi contatado e disse que está a caminho.

O presidente do Conselho de Ética do Senado, Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), e o senador Humberto Costa (PT-PE), relator do processo contra o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), chegaram ao Conselho de Ética para o início da reunião.

Com CPI morna e silêncio de Cachoeira, Demóstenes vai ao Conselho de Ética

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