Presidente do PTB pede que STF anule atos de Jefferson no partido
A presidente do PTB, Graciela Nienov, pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) a anulação de atos do ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ), ex-dirigente do partido. O pedido foi feito na sexta-feira (4).
Todos os atos feitos a partir de 29 de janeiro, como a convocação de novas eleições para o comando do partido, devem ser invalidados, segundo Graciela. Nos últimos dias, Jefferson passou a dizer que foi traído por ela.
O ex-deputado foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no mensalão na década passada, quando foi parar na cadeia e cumpriu pena associado a um esquema do PT. Nos últimos meses, Jefferson virou alvo da Justiça novamente. Desta vez, responde a inquéritos da Polícia Federal ligados a apoiadores mais radicais do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Num deles, Jefferson suspeito de integrar uma milícia digital que atua contra a democracia, como o fechamento de instituições como o Congresso e o STF. Jefferson foi preso em agosto passado.
Depois, acabou afastado da direção nacional do PTB. Para resolver o problema, o cacique articulou uma eleição em novembro do ano passado. Para substituí-lo, o partido elegeu Graciela Nienov, que contava com o apoio de Jefferson.
Jefferson deixou a prisão em janeiro
Em janeiro deste ano, Jefferson deixou a prisão para fazer tratamento num hospital.
Mas, no final do mês passado, o ex-chefe do partido distribuiu uma carta afirmando ter sido "traído" pela sucessora, Graciela.
Uma das provas da suposta traição seria uma troca de conversas por aplicativo de mensagens em que disse que fez um compromisso de almoçar com o ministro do STF Alexandre de Moraes. "Paciência", comentou Graciela num áudio, de acordo com reportagem anexada à petição ao STF.
A interlocutora da nova presidente respondeu com outro áudio, dizendo que era importante o Supremo "fingindo que a gente não existe e nós tudo leve, solto e faceiro". Era uma referência às ordens de prisão dadas pelo tribunal contra integrantes do PTB, como o próprio Jefferson.
Por isso, Jefferson tenta retomar o comando do partido. Ele marcou novas eleições para 11 de fevereiro.
Mas Graciela afirma que, como nova presidente do PTB, esses atos são ilegais. E defendeu nova prisão de Jefferson por parte do Supremo.
"O ex-presidente do PTB vem, reiteradamente, descumprindo as decisões de Vossa Excelência, nas quais objetivava fazer cessar os atos antidemocráticos do ex-presidente do PTB, que se utilizava da estrutura partidária para atingir seus objetivos", escreveu a dirigente partidária.
Os atos praticados à partir do dia 29/01/2022 pela mentoria de ROBERTO JEFERSON, que está sob a tutela do Estado, e seus apoiadores, devem ser considerados nulos, especialmente a convecção convocada para a realização de novas eleições partidárias"
Graciela Nienov, presidente do PTB
Como Jefferson foi posto em liberdade, a dirigente partidária pede que seja avaliada a necessidade de aumentar a medidas impostas contra ele. Graciela sugere que o ministro Alexandre de Moraes deve atuar e "avaliar sobre a possibilidade de reforço nas medidas protetivas do investigado, buscando evitar outros atos criminosos e desestabilização político-partidária".
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