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Relatório da ONU sai após noite de divergências

06/04/2007 08h16

A apresentação da segunda parte do relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU (IPCC, na sigla em inglês), em Bruxelas, ocorre após uma noite inteira de negociações sobre os termos do documento, entre cientistas e representantes governamentais de todo o mundo.

Alguns países, como Estados Unidos, China, Índia e Arábia Saudita, fizeram objeções a capítulos importantes do relatório.

Eles teriam pedido que a versão final fosse menos categórica do que os rascunhos apresentados durante a noite.
Segundo o correspondente da BBC em Bruxelas, Matt McGrath, a China, por exemplo, teria tentado que fosse "suavizada" a tese de que as mudanças climáticas já podem ser sentidas em todos os continentes.

McGrath disse que os americanos também teriam reservas quanto às conclusões sobre o impacto econômico das mudanças climáticas.

Ainda de acordo com o correspondente, em um determinado momento da noite, membros de outras delegações chegaram a dizer que estavam cientes da importância do relatório e que estavam decididos a deixá-lo perfeito, independentemente do tempo que levariam para concluí-lo.

Em partes

A segunda parte do documento do IPCC analisa as implicações do aumento de temperatura da Terra em diversas áreas, como economia, ecossistema e saúde humana.

Ele é resultado de uma semana de debates entre 400 especialistas sobre 28 mil dados científicos copilados sobre todo o planeta.

O relatório está sendo lançado em quatro partes ao longo deste ano.
Na primeira parte, divulgada em fevereiro em Paris, os cientistas projetaram um aumento de até 4º C na temperatura da Terra até o fim deste século e culparam o homem pelo aquecimento global.

Em maio, na Tailândia, o IPCC divulgará a terceira parte, que abordará as formas de impedir o aumento da concentração de gases nocivos ao ambiente.