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Proteína de anfíbios ajuda cicatrização, indica estudo

Da BBC Brasil

19/11/2007 11h17

Pesquisadores da Universidade de Manchester, na Inglaterra, desenvolveram um remédio à base de proteínas de anfíbios que pode ajudar no processo de cicatrização humano e agora pesquisam um modo de regenerar membros perdidos ou amputados.

O remédio que ajuda na cicatrização pós-cirurgia já está em fase de testes, e os cientistas acreditam que no futuro será possível "fazer crescer" novos membros no local de pernas, mãos ou braços amputados.

"As proteínas dos anfíbios e dos humanos são muito parecidas", afirmou um dos pesquisadores, o professor Enrique Amaya, ao jornal britânico The Observer.

"Isso quer dizer que as lições aprendidas dos sapos e salamamandras são aplicáveis aos humanos. Os embriões deles também são mais fáceis de estudar", disse Amaya.

Embriões

O estudo sobre regeneração de tecidos começou há dez anos na universidade, quando o professor Mark Ferguson descobriu que os embriões da maior parte dos animais se recupera melhor de cortes do que animais adultos.

"A proteína responsável por esta regeneração é conhecida como Fator Transformante de Crescimento Beta 3", disse Ferguson ao The Observer.

"Ela está presente em adultos em pequenas quantidades, mas em grande quantidade nos embriões, onde desempenha papel chave para ajudar a pele a se multiplicar dentro de um embrião que cresce rapidamente."

A equipe de Ferguson já isolou esta proteína e desenvolveu um modo de produzi-la artificialmente. O resultado é um remédio chamado Juvista, que tem se mostrado eficiente em testes para reduzir as cicatrizes pós-cirúrgicas.

Os cientistas agora tentam descobrir como alguns anfíbios, como salamandras, conseguem substituir membros amputados, como caudas, por exemplo.

Se os agentes bioquímicos envolvidos no crescimento dos membros for descoberto, eles poderão ter importantes implicações médicas, segundo a professora Cay Kielty, também da Universidade de Manchester.

"O crescimento de membros envolve sangue, ossos e tecido muscular crescendo de uma maneira extremamente ordenada", disse ela. "Se aprendermos como isso ocorre nos anfíbios, é possível pensar num modo de replicar isso em humanos."