Topo

Só 25% de petróleo vazado no Golfo ainda representa risco, diz Casa Branca

04/08/2010 10h51

Quase três quartos do petróleo vazado do Poço Macondo, no Golfo do México, já foi limpo ou dissipado por forças da natureza, informou a conselheira de energia da Casa Branca, Carol Browner.

Em uma declaração à rede de TV americana ABC, nesta quarta-feira, Browner anunciou que apenas um quarto do petróleo vazado ainda representa algum perigo para o meio ambiente.

A maioria foi capturada, queimada ou evaporou, disse ela.

O que aconteceu com o petróleo?

  • Removidos

    25%

    17% recuperados pela inserção de tubo e tampa no local do vazamento
    5% queimados
    3% recolhidos

  • Evaporados

    25%

    ou dissolvidos

  • Dispersados

    24%

    16% naturalmente
    8% por químicos

  • Ainda no mar

    26%

    ou na costa

A declaração foi feita horas depois de a BP - responsável pela plataforma Deepwater Horizon, cuja explosão causou o vazamento em abril passado - ter anunciado que sua última estratégia para conter o vazamento está funcionando.

 

"Os cientistas nos disseram que cerca de 25% do petróleo ainda não foi capturado, evaporou ou foi dissipado pela natureza", disse Browner.

Segundo ela, um relatório que será divulgado ainda nesta quarta-feira é "animador". Mas ela afirmou que ainda é necessário limpar mais petróleo.

"Esta é uma avaliação inicial de cientistas de dentro e fora do governo. Acreditamos ser importante tornar a informação disponível ao público. É isso que faremos hoje."

O jornal americano The New York Times afirma que o relatório da Direção Nacional Oceânica e Atmosférica indica que é pouco provável que o petróleo ainda presente no Golfo atinja a superfície e as praias da região no futuro.

Lama especial
Horas antes, a BP afirmou que a mais recente estratégia para tentar selar o poço de Macondo definitivamente e acabar com o vazamento de petróleo no Golfo do México está funcionando.

No procedimento, uma lama de formulação especial foi bombeada para dentro do poço, forçando o petróleo para baixo.
A BP afirmou que a pressão do poço está sendo controlada pela pressão hidrostática da lama, o que era o “resultado desejado”.

O poço está sendo monitorado e, se for necessário, mais lama será bombeada.
A BP começou a bombear a substância a partir de navios na superfície na terça-feira à noite, em uma tentativa de conter a pressão do óleo que está vazando para o mar.

A ideia é depois selar a saída do poço com cimento e abrir um poço alternativo, a cerca de 30 metros do poço de Macondo. Os dois poços devem se encontrar entre 11 e 15 de agosto.

O vazamento começou em abril passado, depois da explosão da plataforma de exploração Deepwater Horizon, que causou a morte de 11 pessoas.

Segundo o governo americano, o poço já havia vazado o equivalente a 4,9 milhões de barris de petróleo antes de ser tapado, no mês passado. Apenas o equivalente a 800 mil barris foram recuperados.

Segundo os novos dados, o desastre ambiental do Golfo do México é o maior vazamento acidental de petróleo da história.
As informações serão cruciais para calcular o impacto ambiental do acidente, assim como as indenizações a serem pagas pela BP.

Prejuízo
Na semana passada, a companhia petroleira anunciou ter tido um prejuízo de US$ 17 bilhões no segundo trimestre do ano, uma das maiores perdas da história corporativa da Grã-Bretanha.

Só para cobrir os custos relativos à operação de limpeza do Golfo do México, a empresa reservou mais de US$ 32 bilhões.