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Aranhas que comem peixes estão por toda a parte, diz estudo

Uma aranha pescadora (Dolomedes facetus) captura um peixe em uma lagoa de jardim em Brisbane, na Austrália - Peter Liley/ Reuters
Uma aranha pescadora (Dolomedes facetus) captura um peixe em uma lagoa de jardim em Brisbane, na Austrália Imagem: Peter Liley/ Reuters

19/06/2014 10h21Atualizada em 23/06/2014 10h33

Cientistas descobriram que diversas espécies de aranhas podem capturar e comer peixes.

Aranhas são tradicionalmente vistas como predadoras de insetos, mas um novo estudo sugere que o consumo de peixe é comum entre espécies que vivem perto da água.

Em alguns casos, os aracnídeos usaram venenos poderosos para matar peixes muito maiores.

Detalhes do estudo, de uma equipe de cientistas suíço-australianos, foram divulgados na publicação acadêmica "Plos One".

Martin Nyffeler, da Universidade da Basileia, na Suíça, e Bradley Pusey, da Universidade da Austrália Ocidental, reuniram e documentaram diversos casos de aranhas capturando peixes.

O relatório mostra que aranhas de até cinco famílias foram vistas comendo peixes pequenos na mata, e outras três famílias contêm espécies que capturam peixes sob condições laboratoriais.

Estas aranhas semi-aquáticas normalmente vivem à margem de córregos de água doce, lagos ou pântanos.

Algumas são capazes de nadar, mergulhar e andar sob a superfície da água. Mas elas geralmente têm neurotoxinas e enzimas poderosas que as permitem matar e digerir peixes maiores e mais pesados.

Os peixes capturados pelas aranhas foram, em média, cerca de duas vezes maiores que seus predadores.

"Nossa evidência sugere que o peixe deve ser uma presa ocasional de importância nutricional significante", disse Nyffeler.

O consumo de peixes por aranhas foi registrado em todos os continentes, à exceção da Antártida. A maioria dos casos ocorreu na América do Norte, especialmente em terrenos alagadiços da Flórida.

Lá, aranhas semi-aquáticas foram vistas capturando e comendo pequenos peixes várias vezes.

Para caçar sua presa, a aranha normalmente ancora suas patas traseiras em uma pedra ou planta, com suas pernas dianteiras repousando sobre a superfície da água, pronta para atacar.

O peixe é, então, arrastado para um lugar seco antes de ser consumido, num processo que, geralmente, leva horas.