ONGs expõem "tanque coberto de pães" para pedir o fim das armas
Um grupo de entidades civis expôs nesta terça-feira um tanque de guerra coberto de pães no Morro Santa Marta, em Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro, para chamar a atenção da comunidade internacional e pedir a redução de gastos públicos em defesa e o consequente aumento de investimentos na área social.
Dentro do tanque, os ativistas fizeram um jardim simbólico para exemplificar o que os governos poderiam fazer com os gastos públicos que usam para a área militar. Também destruíram armas para simbolizar a causa. E os pães sírios que cobriam o tanque seriam distribuídos entre os moradores da comunidade.
LEIA MAIS
- Em visita de meia hora, prefeito de Nova York conhece UPP e "vê" Baía de Guanabara
- Prefeitos das maiores cidades "furam" delegações e fecham acordo
- Ciclofaixa será testada também durante a semana, diz Kassab em encontro de prefeitos
- Percurso até local da Rio+20 revela problemas ambientais do Rio BBC
- Veja mapa com os locais onde ocorrem os eventos na Rio+20
- Veja imagens de protestos e os bastidores do evento
"As pessoas devem mudar seus conceitos de paz e guerra. Há um longo caminho a percorrer, mas acreditamos que seja possível fazer esse apelo através da conscientização", declarou a ativista Annette Willi, coordenadora de programas da ONG International Peace Buraeu, uma das promotoras do ato paralelo à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20).
Em entrevista à Agência Efe no evento, ela alertou que a situação atual não apresenta melhoras, e criticou a falta de compromisso dos países que participaram da conferência Eco-92, realizada no Rio de Janeiro 20 anos atrás para promover o conceito de desenvolvimento sustentável.
O movimento de ONGs lembra que a chamada Agenda 21 - compromisso resultante da Eco-92 que inclui diversas metas para solucionar problemas sócio-ambientais - prega a realocação dos gastos em defesa da época. No entanto, os ativistas ressaltam que, enquanto os governos investiram US$ 1,08 trilhão em defesa em 1992, as despesas militares registradas em 2011 pularam para US$ 1,74 trilhão.
Pol Heanna DHuyvetter, conselheiro-executivo do prefeito de Hiroshima e membro da ONG Prefeitos Pela Paz, destacou à Efe que o ato simbolizava o início de um projeto para reivindicar aos governos que reduzam em 10% por ano os gastos em defesa. "As pessoas precisam de desenvolvimento, de educação, de saúde. Não precisam de armas".
Para ele, trata-se de um objetivo muito claro e viável, e menciona o exemplo da Costa Rica como país que, mesmo sem investir na área de defesa, é pacífico e tem indicadores sociais razoáveis. DHuyvetter reconheceu a dificuldade de implementar a meta, mas não a considera idealista demais.
Tião Santos, coordenador dos programas de meio ambiente da ONG Viva Rio, indicou à Efe que o movimento de entidades busca incluir o objetivo de reduzir os gastos militares no documento final que será aprovado pelos chefes de Estado e de governo ao término da Rio+20.
"Mesmo com a crise econômica internacional, as comunidades precisam da sensibilidade dos governos", afirmou o ativista.
Cristina Obredor, integrante da ONG Mundo Sem Guerras e Sem Violência, contestou a falta de representatividade da sociedade civil nas decisões políticas e disse não são as pessoas que querem as armas, mas os governos. "Este é um apelo da maioria da população mundial".
Segundo ela, é "esquizofrênico" o fato de as pessoas desejarem a paz e os governos investirem cada vez mais em equipamentos militares. "Trata-se de um problema estrutural. São necessárias ações simultâneas tanto sociais como individuais"
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.