Água salgada do mar turbina o bronzeado? Entenda a osmose do processo

Você pode não se lembrar das aulas de físico-química, nem do conceito de osmose, mas certamente já ouviu falar que o sal tem a propriedade de "roubar" água. Não é à toa que depois de algum tempo na praia a pele e o cabelo ficam ressecados.

Mas a água salgada também ajuda a turbinar o bronzeamento? Não, segundo a dermatologista Flávia Ravelli, a propriedade desidratante do sal não influencia diretamente.

Ou seja: quem mora longe do mar não vai ficar mais bronzeado se tomar um banho de água salgada antes de lagartear na laje.

O bronzeamento (ou queimadura) da pele depende exclusivamente da incidência de radiação ultravioleta (UV). E, na praia, ela não vem apenas de cima para baixo, como pode parecer, mas também de baixo para cima, já que é refletida na areia e na água do mar.

"É por isso que dizemos que o mormaço queima", diz a médica.

O que acontece é que, quando a água do mar evapora, a radiação também se reflete no sal marinho que fica em suspensão, mas isso não chega a ser determinante.

Na piscina também é possível receber uma dose extra de ultravioleta pela capacidade de reflexão da água, mas não dá para comparar com o que acontece na praia.

Vale lembrar que a neve também reflete UV, e ainda mais do que a areia. Por isso muita gente tem queimaduras graves no rosto quando vai esquiar.

Ressecamento

De qualquer forma, praia e piscina exigem cuidado redobrado com a pele.

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Se o sal desidrata a ponto de ser usado na conservação dos alimentos (com menos água, há menos chance de micro-organismos se multiplicarem), dá para imaginar o que acontece quando ficamos muito tempo com a água do mar sob a pele. E o cloro também ajuda a ressecar.

"Na praia ou na piscina, o sal ou o cloro ficam acumulados em maior proporção em algumas partes do corpo. O correto é que nos intervalos entre um mergulho e outro a pessoa tome uma ducha de água doce e, em seguida, reaplique uma valorosa quantidade de protetor solar, além de ser ideal ficar sobre a sombra do guarda-sol, sempre utilizando chapéus e bonés. A ducha retira a maior parte de sal e cloro e, assim, garante uma pele mais hidratada e protegida", diz o dermatologista Marcelo Bellini, professor colaborador do Hospital do Servidor Público Municipal, em São Paulo.

Das 10h às 16h, há maior quantidade de radiação ultravioleta B, que pode causar queimadura, vermelhidão, envelhecimento precoce e até câncer de pele.

"Já a radiação ultravioleta A é igual durante todo o dia, por isso é necessário utilizar o protetor solar em qualquer horário", ressalta o médico.

O UVA bronzeia, mas também causa envelhecimento.

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