Vinte anos depois, sobreviventes falam sobre a chacina de Vigário Geral no Rio


A chacina de Vigário Geral (zona norte do Rio) ocorreu no dia 29 de agosto de 1993. No total, 21 moradores morreram durante a ação criminosa de policiais militares que integravam um grupo de extermínio conhecido como "Cavalos Corredores".
 
A motivação do crime teria sido quatro homicídios contra PMs do 9º BPM (Rocha Miranda) supostamente cometidos por traficantes da comunidade. No dia da vingança, porém, só havia inocentes na favela. Dos 52 acusados, apenas um continua na prisão.
 
Reportagem: Hanrrikson de Andrade e Paula Bianchi
 
 

"Eles falaram para eu não descobrir o rosto e encostaram o fuzil na minha cabeça"

Núbia Silva dos Santos, 30, ainda conseguiu salvar outras quatro crianças, também poupadas pelos assassinos, depois que os policiais militares se retiraram da residência da família. Segundo ela, que tinha dez anos à época, um dos policiais chegou a tentar convencer o grupo de que os menores também deveriam morrer, mas desistiu da ideia.

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"Se eles me pegassem, terminariam o serviço", afirma único sobrevivente

O bar do Joacir era um dos mais frequentados na favela de Vigário Geral, na zona norte do Rio, e se transformou em cenário sangrento após a chacina de Vigário Geral. Das várias pessoas que comemoravam no estabelecimento a vitória do Brasil, resultado que garantiu a vaga da seleção na Copa de 1994, Ubirajara Santos foi o único sobrevivente.

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"Que eles possam estar em paz com o meu perdão", diz mulher que perdeu a família

Vera Lúcia Silva dos Santos, 50, perdeu a mãe, o pai, cinco irmãos e uma cunhada na chacina de Vigário Geral, favela da zona norte do Rio de Janeiro, há exatamente 20 anos. As oito vítimas eram evangélicas e tinham acabado de chegar de um culto, pouco antes do massacre começar.

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"Quando jogaram a bomba dentro do bar, meu marido foi um dos mais prejudicados"

Na quarta-feira (28), depois de 20 anos da chacina de Vigário Geral, Iracilda pisou pela primeira vez no imóvel onde ficava o bar do Joacir --onde seu marido foi morto-- acompanhada pela reportagem do UOL. "Depois de 20 anos, eu entrei ali agora. Assim mesmo, entrei na porta e voltei. Foi uma sensação horrível."

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"É como uma cicatriz que fica", diz mulher de morto em chacina

Aos 61 anos, Maria dos Anjos Pereira Ferreira, mulher de Paulo Roberto dos Santos Ferreira, assassinado na chacina de Vigário Geral, diz que tenta, mas não é capaz de esquecer a noite que considera a mais aterrorizante de toda a sua vida. "O tempo passa, você tenta se acostumar, mas esquecer não dá. É como uma cicatriz que fica. Você toca nela e dói."

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