SP estima que monotrilho na zona leste atenda 500 mil passageiros; veja o mapa da linha
O governo de São Paulo assinou nessa segunda-feira (27) o contrato para a implantação do monotrilho --ou metrô-leve-- que ligará a Vila Prudente à Cidade Tiradentes, na zona leste da capital. A estimativa é que cerca de 500 mil passageiros utilizem a linha diariamente, após a conclusão de todas as etapas da obra, prevista para 2014.
Veja o mapa do monotrilho da zona leste de SP
No total, a linha terá 24,5 km de extensão e 17 estações. De acordo com a Secretaria dos Transportes Metropolitanos, o primeiro trecho, composto pelas estações Vila Prudente, Oratório e Parque São Lucas, será entregue em 2012. O monotrilho só deve chegar ao destino final (Cidade Tiradentes) em 2014.
Os trens circularão em via elevada entre 12 m e 15 m de altura e serão movidos a tração elétrica. A secretaria diz que essa modalidade de transporte é pouco poluente, já que não emite gases, e tem baixo nível de ruído. A via elevada será construída ao longo das avenidas Luiz Inácio de Anhaia Melo, Sapopemba, Metalúrgicos e estrada do Iguatemi.
O monotrilho terá ligações com a Linha-2 Verde do Metrô e com o Expresso Tiradentes na estação Vila Prudente e com os corredores da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) na estação São Mateus.
Bombardier receberá R$ 1,44 bilhão
Maquete eletrônica do monotrilho Vila Prudente-Cidade Tiradentes
A linha será construída pelo Consórcio Expresso Monotrilho Leste, formado pelas construtoras Queiroz Galvão S/A, OAS Ltda, além da multinacional canadense Bombardier --cuja participação será dividida pela Bombardier Transportation Brasil Ltda e Bombardier Transit Corporation.
O grupo venceu a licitação ao apresentar uma proposta no valor de R$ 2,46 bilhões, que contempla a construção de vias e o fornecimento de sistemas e trens. A Bombardier, que receberá R$ 1,44 bilhão do contrato, irá projetar e fornecer o trilho e os 378 carros, que formaram 54 trens (cada trem será formado por sete carros). A Prefeitura de São Paulo investiu R$ 1 bilhão do total oferecido no contrato.
Segundo a Bombardier, os primeiros carros do monotrilho serão produzidos na fábrica da companhia no Canadá, mas os carros subsequentes serão produzidos na unidade da empresa em Hortolândia, no interior de São Paulo.
"Bondinho da Disney"
O Movimento Ambiental, Cultural e Ecológico (Mace) afirma ter recolhido 200 mil assinaturas de moradores de Sapopemba, São Lucas, São Mateus e Cidade Tiradentes contra a extensão da Linha 2. Na região, o projeto recebeu o apelido de "bondinho da Disney".
As principais queixas são quanto à segurança em caso de pane e à capacidade dos trens. "A zona leste tem 4,5 milhões de habitantes. Precisa de um transporte de grande capacidade", afirma Douglas Mendes, secretário executivo do Mace.
No último ano, a entidade questionou o Metrô sobre dispositivos de segurança, capacidade do monotrilho e custo da operação. Não houve resposta, segundo Mendes. Defensores do meio de transporte alegam que é mais barato e rápido construir linha elevada do que túneis.
Enquanto um quilômetro de monotrilho custa ao menos R$ 40 milhões, o de metrô sai por cerca de R$ 200 milhões e o de corredor de ônibus, por R$ 5,5 milhões, segundo estudo do arquiteto Jaime Lerner para a Associação Nacional de Transportes Urbanos.
Além do custo da obra, a sociedade questiona quanto será gasto para manter a operação do monotrilho. "Todos os modelos do mundo precisam de subsídio", diz o administrador Adalberto Maluf Filho, morador da zona sul.
Ele comparou o modelo paulista com monotrilhos em outros países. "A maioria não deu certo por falta de recursos." Cobrando uma passagem equivalente à do metrô, o poder público teria de gastar R$ 600 milhões com subsídios, segundo o estudo de Maluf Filho.
Maquete eletrônica do monotrilho Vila Prudente-Cidade Tiradentes
*Com informações das agências Estado e Reuters
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