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Objetivo é tirar território do tráfico, diz secretário de Segurança do Rio

Rosanne D'Agostino<br>Do UOL Notícias

Em São Paulo

25/11/2010 19h38

O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, afirmou nesta quinta-feira (25), após a megaoperação que tomou a favela da Vila Cruzeiro, na zona norte da capital, que o objetivo central das ações da polícia no Estado é o de tirar território do tráfico. 

“Essas ações estão sendo feitas com o objetivo de garantir a continuidade do que está sendo feito. Foi tirado dessas pessoas o que nunca foi tirado, o território. Seu porto seguro. Eles faziam suas barbaridades e corriam para seu reduto, protegidos por armas de guerra. É importante prender, mas é mais importante tirar o território”, disse Beltrame. “Se não tirar o território, não se avança.” 

O secretário afirmou que não há de se falar, no momento, em UPP (Unidade da Polícia Pacificadora) na Vila Cruzeiro. “A ação de hoje está absolutamente desconectada da ação de implantação de UPP”, disse. 

Você concorda com a estratégia do Estado no combate ao tráfico?

Beltrame disse ainda que ações estratégicas, com auxílio da Polícia Federal, estão programadas para esta sexta-feira (26). “A resposta virá de uma maneira arquitetada, firma e que produz o que todos nós queremos que é paz. A Polícia Militar está lá e não vai sair de lá”, completou o secretário. 

Segundo ele, a investida da polícia deixa os traficantes “vulneráveis, quando se quebra o muro imposto por arma de guerra”. “Demos um passo importante. Não há nada ganho”, afirmou. 

Beltrame ainda elogiou o trabalho dos mais de 250 policiais que participaram das operações na Vila Cruzeiro e em outras 27 comunidades cariocas, e citou incursão para a instalação de uma UPP no Morro dos Macacos, onde um helicóptero da polícia foi abatido em confrontos ocorridos em outubro de 2009. “Essas pessoas estão livres da ameaça de um fuzil”, afirmou. 

“Há um clima de felicidade mesmo na população pelo trabalho que fizemos lá nesta tarde”, disse Mário Sergio Duarte, comandante-geral da Polícia Militar. Ele informou que a polícia ainda não tem um balanço do número de mortos na operação desta tarde.

“Eles sabem que não podem nos enfrentar”, disse Alan Turnowski, chefe da Polícia Civil. “Independente de junção ou não, a polícia tem condições de entrar”, afirmou, sobre a suposta união entre duas facções criminosas rivais para combater a polícia, ADA (Amigos dos Amigos) e Comando Vermelho.

Entenda os ataques

Uma onda de violência assola o Rio de Janeiro desde o último domingo (21), quando criminosos começaram uma série de ataques e incendiaram veículos –mais de 50 casos já foram registrados no Estado até esta quinta-feira (25).

Na segunda-feira, as autoridades fluminenses consideraram os ataques uma resposta à política de ocupação de favelas por UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) e à transferência de presos para presídios federais. A intenção seria colocar medo na população.


A polícia investiga se os ataques estão sendo orquestrados pelas facções criminosas Comando Vermelho e ADA (Amigos dos Amigos). Na quarta-feira, oito presidiários foram transferidos do Rio para o presídio de segurança máxima em Catanduvas (PR).

Desde o começo da semana, uma megaoperação está sendo feita em diversas comunidades da capital, sendo a Vila Cruzeiro, no subúrbio do Rio, o local com combates mais intensos.

Uma determinação do comandante-geral da PM, Mário Sérgio Duarte, obrigou todos os policiais de folga a retornar para seus batalhões. A Marinha foi enviada para ajudar no combate e o governo federal enviou reforço da Polícia Rodoviária Federal.

Mais de cem pessoas já foram presas e mais de 30 mortas durante os combates desta semana. Grande quantidade de armas e drogas estão sendo apreendidas diariamente. A operação em resposta aos crimes não tem data para acabar, informam as autoridades. 

Veja os locais onde veículos foram incendiados no Rio de Janeiro*

Total de mortos: 23 Locais em que veículos foram incendiados
  • Fonte: Relatório divulgado pela PMERJ 

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