Em dez anos, diminui o número de crianças e aumenta o de idosos no Brasil
O Brasil tem menos crianças e mais idosos. Essa é a conclusão do Censo 2010, divulgado nesta sexta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Hoje, 7,6% da população são crianças, com idade até 5 anos, número menor que os registrados pelo levantamento em 2000 (9,8%) e em 1991 (11,5%). Na outra ponta, a população de idosos, acima de 65 anos, cresceu.
Em 1991, os idosos representavam 4,8% da população, em 2000, 5,8%, e agora chegam a 7,4% . Do total de 190.755.799 da população brasileira, 14.081.480 têm 65 anos ou mais.
No levantamento, o IBGE divide os idosos em quatro faixas etárias: de 65 anos a 69, de 70 a 74, de 75 a 79 e acima de 80. Desses grupos, o que possui a maior população é a da primeira faixa, com 4.840.810 pessoas com idade entre 65 e 69.
Entre os Estados com mais idosos, o IBGE lista Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Distrito Federal e São Paulo, considerados os mais "envelhecidos" do país.
No meio da pirâmide, observa-se também uma redução na população com idade até 25 anos. O motivo, segundo o IBGE, é o contínuo declínio dos níveis de fecundidade observados no Brasil e, em menor parte, a queda da mortalidade nas últimas décadas.
"Ano passado, o Pnad [Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do IBGE] já revelou que as mulheres estão tendo, em média, apenas um filho, sendo que em outros períodos, por exemplo, na década de 40, a média era de seis", diz Fernando Albuquerque, Gerente de Coordenação de População e Indicadores Sociais do IBGE. “Tudo isso freia a evolução da população mais jovem”, completa ele.
Sudeste e Sul são as regiões mais "velhas"
No Sudeste, região mais populosa do país e considerada, ao lado do Sul, a região mais velha do Brasil, a população com idade entre 75 a 79 anos e acima de 80 cresceram em mais de 400 mil pessoas cada. Entre os demais grupos de idade, apenas a população infantil [entre 5 e 9 anos], a adolecsente [até 19] não apresentou crescimento.
No Sul, a população mais adulta também foi a que mais cresceu. Entre essas, o número de pessoas com idade entre 55 e 59 anos e entre 60 e 64 superaram a marca de um milhão pela primeira vez nas últimas décadas. Apenas os adolescentes [10 a 19 anos] não apresentarem crescimento em relação a 2000.
No Norte, a população cresceu em todas as faixas etárias, exceto na que inclui a população entre um a 4 anos, que segue o índice nacional e hoje é menor em relação a 1991 e a 2000. Acima dos 50 anos, a população quase dobrou na última década, passando de 380.141, em 2000, para 615.863, em 2010.
A população nortista entre 35 e 39 anos também ultrapassou a marca de um milhão pela primeira vez, somando hoje 1.083.530 habitantes. Já o número de pessoas entre 75 e 79 e acima dos 80 anos superou os 100 mil, número que faz da região uma das mais jovens do país.
No Nordeste, a população entre 65 e 74 anos também superou a marca de 1 milhão. Já entre crianças e adolescentes, houve queda em todas as faixas em relação a 2000.
Por fim, o Centro-Oeste, a população das faixas etárias de 30 a 34, 35 a 39 e 40 a 44 anos também estabeleceram uma nova marca, população superior a 1 milhão.
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