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Morte misteriosa de 38 cachorros é investigada em São Francisco de Assis (RS)

38 cachorros morreram em abrigo para animais de rua no Rio Grande do Sul - Divulgação
38 cachorros morreram em abrigo para animais de rua no Rio Grande do Sul Imagem: Divulgação

Lucas Azevedo

Do UOL, em Porto Alegre

03/02/2012 17h38

Um abrigo para cães de rua foi cenário da morte de 38 animais em cidade gaúcha que leva o nome do padroeiro dos animais, São Francisco de Assis (434 km de Porto Alegre), localizada na região central do Rio Grande do Sul.

Segundo voluntários que atuam no local, localizado no bairro João 23, os cachorros começaram a passar mal na madrugada desta terça-feira (31) após comerem e tomarem água.

A Polícia Civil abriu inquérito para apontar a causa e a autoria das mortes. O corpo de um dos cães está sendo analisado. Segundo exames preliminares, a ingestão de um veneno poderia causar ferimentos internos e levar os cães à morte

Conforme o criador do abrigo e presidente da Aapa (Associação Assisense de Proteção dos Animais), Ângelo Resta, em dezembro 35 animais morreram nas mesmas circunstâncias.

“Na época, a gente demorou a se dar conta do envenenamento porque eles iam morrendo aos poucos. Dessa vez foram 37 da noite para o dia. E hoje morreu mais um.” O voluntário revela que suspeita de quem possa ter envenenado os animais, mas prefere esperar pelas conclusões da polícia.

“No ano passado vieram me dizer que os cachorros estavam avançando no gado. Mas eu expliquei que eles não poderiam fazer mal. Dias depois começaram a parecer os primeiros envenenados.”

O terreno onde estão os cães é doado pela prefeitura. No local viviam mais de cem cachorros recolhidos por Resta. “Há oito anos eu recolho animais abandonados, e levava todos para a minha casa. Mas o número foi aumentando. Até que há um ano a prefeitura nos cedeu o espaço. Na minha casa tenho outros 19 cachorros.”

Comerciante, Resta conta que gasta mais de R$ 2.000 por mês apenas em ração. Já o poder municipal colabora com vacinas e castrações. No canil não há caseiro nem vigia, o que possibilitou a sabotagem.

“Estamos tentando fazer uma casinha e contratar alguém para morar aqui. Mas não temos verba”, informou o voluntário, que mantém o abrigo, localizado em uma área isolada, a 300 metros da residência mais próxima.