Bombeiros continuam buscas após desabamento em São Bernardo; enfermeira está desaparecida

Cerca de 40 homens do Corpo de Bombeiros continuam buscando uma enfermeira de 26 anos que pode estar sob os escombros do edifício de 14 andares que desabou parcialmente na noite de segunda-feira (6) na avenida Indico, no centro de São Bernardo do Campo (Grande São Paulo). Uma criança de seis anos morreu, e outras seis pessoas ficaram feridas. As causas do desabamento ainda não foram esclarecidas.

O acidente ocorreu por volta das 19h40, quando 13 lajes desabaram uma sobre as outras, segundo informações dos bombeiros. A área em torno do prédio está interditada, e os trabalhos de buscas devem durar o dia todo. O tenente Marcos Palumbo informou que não há risco de o prédio desabar totalmente, mas que "pequenos desmoronamentos" não são descartados.

As equipes de busca trabalham com a possibilidade de a enfermeira Patrícia Alves, 26, estar entre os escombros, no subsolo do edifício. Ela está desaparecida desde a noite de ontem. Parentes de Patrícia acompanham as buscas desde o início da madrugada.

O pai da enfermeira, Deusdetite Farias, disse que falou com a filha por volta das 17h de ontem, por telefone. Ele informou que Patrícia trabalhava em um consultório médico no 6º andar do prédio, construído há 30 anos.

A pedido do Corpo de Bombeiros, a energia foi desligada na região do desabamento. "A expectativa é de que até o fim da tarde o total de clientes sem energia seja o menor possível. Já a reativação do circuito, que originalmente abastece o local, será feita após a liberação do Corpo de Bombeiros. Neste momento, parte das avenidas Indico, Lucas Nogueira Garcez e rua Caraíbas estão sem energia", afirma a AES Eletropaulo em nota.

O prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho (PT), disse hoje que o alvará de funcionamento do edifício estava em dia. A Defesa Civil do município descarta a hipótese de que uma explosão tenha causado o desabamento.

Inquérito

A Polícia Civil informou que instaurou inquérito para investigar as causas do desabamento. De acordo com a SSP (Secretaria de Segurança Pública), o Instituto de Criminalística já esteve no edifício para a realização da perícia.

Em depoimento no 1º DP de São Bernardo do Campo, uma médica que trabalhava no edifício relatou que, após ouvir um ruído, "uma janela se quebrou e tudo começou a desabar". Ela e uma paciente foram atingidas por uma porta da clínica e ficaram presas, mas foram resgatadas pelos bombeiros.

A polícia também já ouviu o síndico do prédio e outro ferido no desabamento, segundo a SSP. "Precisamos dos laudos do IC [Instituto de Criminalística] para continuarmos as investigações", informou o delegado titular do 1º DP, Victor Vasconcellos Lutti.

(Com Agência Brasil)