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Chuva e cheias de rios deixam quase 8.000 famílias desabrigadas no Acre

Golby Pullig

Do UOL, em Rio Branco

22/02/2012 14h48

A chuva e o transbordamento de rios já deixam quase 8.000 famílias desabrigadas em todo o Acre. Destas, 6.000 estão no município de Brasileia, a 233 km da capital Rio Branco, onde o rio Acre subiu repentinamente durante o fim de semana.

Segundo dados divulgados pela agência oficial do Estado, Brasileia chegou a ficar com 95% da área urbana submersa. Hoje, o rio Acre baixou 55 centímetros e está com 13,60 metros. Com o principal hospital danificado pela enchente, a Força Nacional está montando um hospital de campanha para atender a população. A prefeita Leila Galvão disse que a preocupação é com o risco de desabamentos de casas, abaladas pela força das águas.

Em Rio Branco, o nível do rio está em 17,46 m na medição do meio-dia feita pela Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec), apenas 20 centímetros abaixo da maior marca registrada no Estado em 1997, de 17,66 metros. São 45 bairros e comunidades rurais alagados. Em torno de 7.000 pessoas estão em abrigos públicos e quase 2.000 em casas de familiares e amigos.

Em Xapuri, município a 190 km da capital do Acre, o prefeito Ubiracy Vasconcelos decretou estado de emergência. No município, o nível do rio Acre estava com 15,22 metros nesta quarta (22). Na cidade de Sena Madureira, o rio Iaco continua subindo e hoje está com 17 metros e 46 centímetros atingindo em torno de mil pessoas em oito bairros.

Exército e Defesa Civil

Em reunião na manhã de hoje entre os governos estadual e municipal, chefes do Exército Brasileiro e da Defesa Civil Nacional foram definidas as ações prioritárias para atender os municípios atingidos pelas enchentes.

Duas aeronaves, um avião Hércules da Força Aérea e um helicóptero, chegam hoje ao Acre para integrar as operações de salvamento de desabrigados isolados e distribuição de alimentos e medicamentos às populações indígenas e ribeirinhas. O trabalho estava sendo realizado com o uso de um helicóptero do Ibama. O prejuízo com a perda da produção de alimentos ultrapassa os R$ 12 milhões.

Instituições públicas e privadas promovem a arrecadação de donativos, principalmente alimentos não perecíveis, água mineral, fraldas descartáveis, leite em pó e massa para mingau.

 Muitos voluntários atuam diretamente nos abrigos ou cedendo carros e barcos para a remoção de famílias e seus pertences. Uma conta foi criada para receber doações em dinheiro que será administrado pelo Fórum Tático Operacional da superintendência do Banco do Brasil em parceria com a Defesa Civil. Depósitos e transferências podem ser enviados para a conta corrente 100.000-4/agência 0071-X (Banco do Brasil).

O governo do Acre decretou ponto facultativo de trabalho nos órgãos públicos estaduais nesta quinta-feira, 23. A intenção é manter as equipes de voluntários, compostas de funcionários públicos que estão atuando na ajuda às vítimas da enchente. O Estado tem aproximadamente 40 mil servidores.