Diretora de Habitação diz que "para ser cidadão em SP tem que pagar"; ouça

A diretora de Habitação da Prefeitura de São Paulo, Maria Cecília Sampaio, afirmou que “para ser cidadão em São Paulo tem que ter condição de pagar”. A declaração foi feita em reunião com cerca de 25 moradores da favela do Coruja, na Vila Guilherme (zona norte), que foi parcialmente destruída por um incêndio em fevereiro.

Sampaio dirige a Habinorte, Superintendência da Secretaria Municipal de Habitação (Sehab) na zona norte. Cerca de 60 das 100 famílias que moravam na favela tiveram que deixar o local. A declaração foi feita quando a diretora anunciava que o terreno onde está a favela será desapropriado pela prefeitura.

“Para morar nesta cidade, para ser cidadão nesta cidade de São Paulo, que é a terceira maior cidade do mundo, tem que trabalhar, tem que ter recurso e tem que ter condição de pagar”, afirmou.

“Então, é o preço que se paga para morar numa cidade como essa. Quem não pode, infelizmente tem que, ou sair, ou ir para cidades menores para poder aguentar. Então, esse é um terreno que a gente pretende começar um processo de desapropriação”, disse Sampaio na reunião.

A gravação foi feita pelo repórter Leandro Melito, da Rede Brasil Atual, que forneceu o áudio ao UOL.

Outro lado

Em nota, a Sehab afirmou que "a frase relatada pela imprensa não corresponde a posição da secretaria" e disse que irá apurar o caso. Na mesma nota, a secretaria afirmou que irá pagar auxílio aluguel e procurar terrenos para as famílias afetadas pelo incêndio.

"Para as famílias está previsto auxílio aluguel emergencial de R$ 1.200,00, referente a quatro meses, para posterior inclusão no Programa Parceria Social, com Termo de Compromisso de Atendimento Habitacional. A Sehab também está realizando um levantamento para identificação de terrenos na própria região (Vila Maria e Vila Guilherme) objetivando o reassentamento dessas famílias."