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Veja como estão as greves do transporte coletivo em outras sete capitais do Brasil

Do UOL*, em São Paulo, Belo Horizonte, Maceió e Porto Alegre

23/05/2012 12h35

Desde a semana passada, trabalhadores do transporte coletivo --rodoviários, metroviários e ferroviários-- também entraram em greve em oito capitais do Brasil. Com exceção de Porto Alegre, onde a paralisação durou 24 horas na última segunda-feira (21) e já foi encerrada, confira a seguir como está a situação, hoje, nas demais sete capitais:

Belo Horizonte 

Os metroviários de Belo Horizonte, em greve há dez dias e cumprindo apenas escala reduzida, ameaçam cruzar de vez os braços caso as negociações com a CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos) não avancem. A paralisação afeta o cotidiano de 215 mil usuários.

Segundo a presidente do Sindicato dos Empregados em Empresas de Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro-MG, filiado à CUT), Alda Lúcia Fernandes, a disposição da categoria, caso não sejam atendidos os pedidos dos trabalhadores, é desrespeitar liminar expedida pelo Tribunal Regional do Trabalho (3ª Região), que determinou a circulação normal do metrô nos horários de pico na capital mineira.

Conforme ela, esse cenário não está descartado, apesar de o tribunal ter fixado multa diária de R$ 30 mil ao sindicato, caso a medida seja descumprida. O órgão determinou, enquanto durar o movimento grevista, que as composições circulem das 5h20 às 8h30, e das 17h às 19h30, de segunda a sexta-feira. Aos sábados, o metrô funciona das 5h30 às 9h. Fora desses horários, as 19 estações permanecem fechadas e também durante domingos e feriados.

A categoria reivindica, entre outros itens, reajuste salarial de 5,74%, ampliação do plano de saúde e participação nos lucros. A CBTU tem resistido a ofertar um índice de reajuste, de acordo com a entidade que representa os trabalhadores.

Salvador

Os rodoviários de Salvador deflagraram greve nesta quarta-feira (23) por tempo indeterminado. Eles querem a volta do pagamento do quinquênio e reajuste salarial calculado com base no índice de inflação medido pelo Dieese mais 3% de ganho real. De acordo com o Ministério Público do Trabalho (MPT), que intermedia a negociação, o patronato não ofereceu contraproposta.

Apesar da determinação da Justiça para que 60% da frota seja mantida no horário de pico (período de maior movimento na capital - das 5h às 8h e das 17h às 20h) e 40% no horário de menor movimento, os ônibus não estão circulando nesta manhã em Salvador. Alguns micro-ônibus do Transporte Complementar e veículos clandestinos estão circulando. Taxistas também aproveitam para pegar mais de um passageiro nos pontos de ônibus.

O diretor de comunicação do sindicato da categoria, Ubirajara Sales, disse que a orientação do sindicato para os rodoviários é para obedecer a determinação judicial. "Orientamos os companheiros para isso (cumprir a decisão da Justiça), mas não podemos obrigar as pessoas a irem para a garagem", argumenta.

O vice-presidente do sindicato, Euvaldo Alves, tem o mesmo discurso. "Fiz ronda nas garagens, e os rodoviários não estão nem indo para a garagem. Nem estamos precisando impedir a saída de carros. Não temos como controlar que a determinação da justiça seja cumprida"

São Luís

O terceiro dia de greve geral dos rodoviários, deflagrada pelo Sttrma (Sindicato dos Trabalhadores de Transporte Rodoviário do Município no São Luís, filiado à CUT),  continua causando transtornos aos 600 mil usuários de ônibus em São Luís e mais três cidades da região metropolitana – São José do Ribamar, Raposa e Passo do Lumiar.

Para amenizar os problemas, o SET (Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de São Luís) iniciou, na manhã desta quarta-feira (23), a seleção de pessoas para serem contratadas temporariamente pelas empresas de ônibus.

A medida tomada é em cumprimento à determinação judicial de que as empresas devem disponibilizar ônibus para os trabalhadores que não aderiram ao movimento paredista, além de também contratar temporariamente rodoviários para ocupar a vaga dos grevistas e voltar a prestar serviço à população.

Apesar de ter declarado anteriormente que as empresas iriam cumprir a decisão do TRT-MA sobre o reajuste de 7% nos salários dos rodoviários, o SET informou que recorreu da decisão.

De acordo com Siqueira, as empresas estão operando com as receitas sem cobrir os custos devido a defasagem do preço das passagens. Em São Luis, o valor varia entre R$ 1,30 a R$ 2,10, considerada pelo SET a mais barata do país. Os rodoviários não aceitaram a decisão do TRT-MA, dada no último dia 17, de reajuste de 7% e pressionam para terem o aumento de 16% nos salários.

Natal

No Rio Grande do Norte, a greve paralisa as duas únicas locomotivas que operam as linhas Parnamirim-Natal e Ceará Mirim-Parnamirim-Natal, segundo informou o Sintefern (Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias no Estado do Rio Grande do Norte), filiado à CUT. O número de passageiros afetados é de 5.000. A CBTU/RN não informou o número de viagens que estão sendo realizadas.

Segundo a Fenametro (Federação Nacional dos Metroviários), os metroviários decidiram continuar de braços cruzados até a apresentação de uma proposta de reajuste feita pelo governo federal. Até agora, o governo não ofereceu nenhuma proposta de aumento salarial à categoria. A categoria exige 5,13% de reajuste, correspondente à inflação.

Recife

No Recife, a paralisação dos metroviários afeta 270 mil passageiros por dia desde o dia 15, quando foi deflagrada a greve da categoria. O Metrorec só está realizando viagens nos horários de pico, que são das 5h às 8h30 e das 16h30 às 20h. Aos sábados o metrô opera das 5h às 13h. No domingo não ocorrem viagens.

Maceió

Em Maceió são 6.000 pessoas afetadas com a redução das viagens de trem entre a capital e a cidade de Rio Largo. Os trajetos são realizados no início da manhã (com destino a Maceió) e a tarde, no trajeto de volta. As demais viagens estão suspensas.

João Pessoa

Em João Pessoa, o número de passageiros afetados é de 10 mil, que se deslocam dos municípios de Cabedelo e Santa Rita. A categoria informou que iria manter 14 das 28 viagens por dia durante a paralisação.

Porto Alegre (encerrada)

Nesta terça-feira (22) todas as operações do trensurb, que faz o transporte de passageiros por trilhos entre Porto Alegre e outras quatro cidades da região metropolitana, voltaram a operar normalmente. 

Na segunda-feira (21), os metroviários paralisaram as atividades por 24 horas, descumprindo a manutenção de um efetivo mínimo de 30% de pessoal trabalhando e o atendimento aos usuários nos horários de pico (entre 5h30 e 8h30 e entre 17h30 e 20h30).

O Sindicato dos Trabalhadores em Empresa de Transporte Metroviários e Conexas do Rio Grande do Sul (Sindimetrô-RS, filiado à CUT) recebeu do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) multa de R$ 140 A Trensurb (Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre) confirmou o corte no ponto dos trabalhadores que pararam.

(*com A Tarde)