Greve de metrô e trem causa tumulto nas zonas leste e sul de São Paulo; polícia usa bombas de gás
As estações de metrô das zonas sul e leste de São Paulo estão lotadas e há tumulto na manhã desta quarta-feira (23), dia de greve dos metroviários e dos trabalhadores de duas linhas de trem. Com a greve, o rodízio municipal de veículos foi suspenso.
Por volta das 7h de hoje, um grupo de usuários do metrô bloqueou a Radial Leste, em frente à estação Corinthians-Itaquera. A polícia dispersou o bloqueio com bombas de gás, e houve correria em frente à estação; um ônibus teve os pneus furados e permanece até este momento no meio da via. Na entrada da estação Jabaquara, que permanece fechada, passageiros fizeram uma fogueira com jornais.
Nas regiões mais centrais da capital, o movimento é tranquilo, segundo passageiros ouvidos pelo UOL. A estação Sé, por exemplo, tinha pouca gente pela manhã. A CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) de São Paulo informou que disponibilizará linhas de ônibus alternativas para realizar o transporte das pessoas que utilizam as linhas 11-Coral e 12-Safira.
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As linhas do Metrô funcionavam parcialmente no início desta manhã. Segundo a empresa, a linha 1-azul opera entre as estações Ana Rosa e Luz, a linha 2-verde opera entre a Clínicas e Ana Rosa, e a linha 3-vermelha funciona entre as estações Bresser-Mooca e Santa Cecília. Por sua vez, as linhas 4-amarela (pertence ao consórcio Via Quatro) e a 5-lilás operam normalmente.
A SPTrans --estatal municipal responsável pelos ônibus municipais-- diz que acionou o Paese (Plano de Atendimento entre Empresas de Transporte em Situação de Emergência). Com isso, as linhas de ônibus que operam com destino às estações de metrô serão estendidas até a região central da capital.
De acordo com a empresa, as linhas farão os trajetos de Mogi das Cruzes a Guaianazes e de Guianazes a Brás na Linha 11 e de Poá a Itaim Paulista e de Itaim Paulista a Brás na Linha 12.
A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) suspendeu o rodízio municipal de veículos. Com isso, os carros com placas finais 5 e 6 poderão circular no centro expandido da capital.
O órgão implantará um plano operacional com o objetivo de minimizar os impactos no trânsito. A operação irá focar os corredores que dão acesso às estações de metrô.
Greves
Os trabalhadores do Metrô de São Paulo e das linhas 11-coral (Luz/Estudantes) e 12-safira (Brás/Calmon Viana) da CPTM decidiram em assembleias realizadas na terça-feira (22) entrar em greve a partir da 0h desta quarta.
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Segundo o sindicato dos metroviários de São Paulo, trabalhadores que entrariam no turno da noite nesta terça já estão em greve --para atender os usuários até a meia-noite, funcionários da tarde vão prolongar o expediente.
No caso do Metrô, não funcionarão as linhas 1-azul, 2-verde, 3-vermelha e 5-lilás. A linha quatro-amarela, por pertencer a um consórcio, não deverá ser afetada pela paralisação.
A decisão foi tomada depois de uma audiência entre representantes do sindicato e da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô), realizada à tarde, no TRT (Tribunal Regional do Trabalho), e que terminou sem acordo.
Os metroviários exigiam 5,13% de reposição salarial e 14,99% de ganho real e criticavam o fato de as contratações não terem sido suficientes para atender o número maior de passageiros transportados. Com a operação da linha 4-amarela, o movimento de passageiros aumentou para 4,4 milhões de pessoas por dia.
O estado de greve foi decretado pelos trabalhadores em assembleia realizada no último dia 16 –mesmo dia em que um acidente envolvendo dois trens na linha 3-vermelha deixou 49 pessoas feridas.
A categoria também exige equiparação salarial, jornada de 36 horas semanais e adicional de risco de vida de 30%.
O Metrô propôs reposição de 4,67% e 0,50% de aumento real a partir da data-base de 1º de maio, além de reajuste no vale-alimentação e no auxílio-creche também no índice de 4,67%. A companhia informou ainda que mantém a PLR (Participação nos Lucros e Resultados) para os metroviários.
Já os ferroviários querem aumento de 7,05%, além de tíquete refeição no valor de R$ 21,50. A proposta da CPTM é de reajuste de 6,17% e tíquete refeição de R$ 20.
As negociações da categoria com a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos começaram em março e as tratativas passaram a ser intermediadas pela Justiça trabalhista em maio, sem previsão de data de realização.
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