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Com greve de metrô e trens, SPTrans estende trajetos de ônibus na capital paulista

Do UOL, em São Paulo

23/05/2012 11h16

A SPTrans, empresa que gerencia os ônibus da capital paulista, diz que acionou o Paese (Plano de Atendimento entre Empresas de Transporte em Situação de Emergência) para ajudar os usuários prejudicados pela greve parcial dos trabalhadores de metrô e trem de São Paulo nesta quarta-feira (23).

Com isso, mudaram os itinerários de parte dos ônibus, nas regiões mais atingidas pela paralisação. As linhas de ônibus que operam com destino às estações de metrô serão estendidas até a região central da capital. Segundo a SPTrans, as linhas farão os trajetos de Mogi das Cruzes a Guaianazes e de Guaianazes a Brás na linha 11 da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), e de Poá a Itaim Paulista e de Itaim Paulista a Brás na linha 12. Segundo a SPTrans, o número de ônibus em circulação diária nas ruas da capital (15 mil) não mudou, apenas foi pulverizado.

De acordo com o último boletim do Metrô, nesta quarta-feira a linha 1-azul está operando apenas no trecho entre as estações Ana Rosa e Luz; a linha 2-verde funciona entre as estações Ana Rosa e Clínicas; e a linha 3-vermelha opera entre as estações Bresser-Mooca e Santa Cecília. Estas linhas começaram a operar mais tarde e todas têm velocidade reduzida e maior intervalo de espera.

As linhas 5-lilás e 4-amarela (que é de concessionária privada) funcionam normalmente.

ENTENDA A GREVE

Os trabalhadores do Metrô e das linhas 11-coral e 12-safira da CPTM entraram em greve à 0h de hoje (22)

O rodízio municipal de veículos foi suspenso

O SPTrans não colocou ônibus a mais nas ruas; redistribuiu os itinerários

Os funcionários do Metrô exigem equiparação salarial, jornada de 36 horas semanais e adicional de risco de vida de 30%

O Metrô propôs reposição de 4,67% e 0,50% de aumento real

Os ferroviários querem aumento de 7,05%, além de tíquete refeição no valor de R$ 21,50

A proposta da CPTM é de reajuste de 6,17% e tíquete refeição de R$ 20

A greve foi decidida em assembleia do sindicato dos metroviários de São Paulo, recém-desfiliado da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)

Os trens da CPTM estão parados nas linhas 11-coral (Luz/Estudantes) e 12-safira (Brás/Calmon Viana), que ligam o centro a cidades da região metropolitana.

Tumulto e atrasos

Por volta das 7h de hoje, um grupo de usuários do metrô bloqueou a Radial Leste, em frente à estação Corinthians-Itaquera. A polícia dispersou o bloqueio com bombas de gás, e houve correria em frente à estação; um ônibus teve os pneus furados no meio da via.

Já na entrada da estação Jabaquara, passageiros fizeram uma fogueira com jornais.

Usuários relatam que perderam compromissos e não conseguiram embarcar em ônibus, quase todos lotados.

Congestionamento recorde

A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) suspendeu o rodízio municipal de veículos e, com isso, muitos moradores deixaram suas casas de carro.

Às 10h havia 249km de vias congestionadas na cidade. A marca já é a maior em toda a história de São Paulo durante a manhã. O recorde anterior havia sido registrada no dia 4 de novembro de 2004, quando a cidade teve 191km de trânsito carregado às 9h30.

A zona sul concentra quase metade do trânsito mais pesado na capital, com mais de 120km de vias congestionadas.

Negociação

Os trabalhadores do Metrô e das linhas 11-coral e 12-safira da CPTM decidiram em assembleias realizadas na terça-feira (22) entrar em greve a partir da 0h desta quarta. A decisão foi tomada depois de uma audiência entre representantes do sindicato e da empresa, realizada à tarde, no TRT, e que terminou sem acordo.

Os funcionários do Metrô exigem equiparação salarial, jornada de 36 horas semanais e adicional de risco de vida de 30%.

O Metrô propôs reposição de 4,67% e 0,50% de aumento real a partir da data-base de 1º de maio, além de reajuste no vale-alimentação e no auxílio-creche também no índice de 4,67%. A companhia informou ainda que mantém a PLR (Participação nos Lucros e Resultados) para os metroviários.

Já os ferroviários querem aumento de 7,05%, além de tíquete refeição no valor de R$ 21,50. A proposta da CPTM é de reajuste de 6,17% e tíquete refeição de R$ 20.