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Mãe de Eliza Samudio afirma que ex-mulher do goleiro Bruno foi mentora da morte da filha

Sônia de Fátima Moura, mãe de Eliza Samudio, segura envelope de carta que, segundo ela, indicaria o local onde está o corpo da filha - Rayder Bragon/UOL
Sônia de Fátima Moura, mãe de Eliza Samudio, segura envelope de carta que, segundo ela, indicaria o local onde está o corpo da filha Imagem: Rayder Bragon/UOL

Rayder Bragon

Do UOL, em Belo Horizonte

25/06/2012 12h00

A mãe de Eliza Samudio, Sônia Moura, acusou a ex-mulher do goleiro Bruno Souza, Dayanne de Souza, de ter sido a mentora, juntamente com o goleiro, da suposta morte da filha. Segundo ela, Dayanne não teria se conformado diante da possibilidade de dividir o patrimônio da família com o filho de Eliza, cuja paternidade é atribuída ao jogador. Bruno e mais sete réus vão a júri popular, ainda sem data definida, pelo sumiço de Eliza, ex-amante de Bruno. 

“Os responsáveis diretos pela morte de Eliza são Dayanne e o Bruno. Ali tem o braço da Dayanne mesmo, por ciúme e interesse financeiro, porque, com certeza, ela pensou que teria de dividir tudo (patrimônio do goleiro) em parte iguais”, afirmou Sônia. Dayanne de Souza tem duas filhas com Bruno que, à época do sumiço de Eliza, era capitão do Flamengo.

A mãe de Eliza ainda acusa Dayanne --que é ré no processo, mas responde em liberdade-- de ter pressionado Bruno para que encontrasse uma solução para o “problema”.

“O Bruninho (filho de Eliza) não incomodava diretamente o Bruno. Ele incomodava a Dayanne. Ela aceitava todas as traições do Bruno. Ela sabia da existência de todas as mulheres que o Bruno tinha. (Mas) era cômoda a vida que ela levava. O Bruno fazendo a festa com a mulherada, e a Dayanne com uma casa só para ela e as filhas, com conforto e estabilidade financeira”, disse Sônia. “Mas a partir do momento que ela soube da existência do Bruninho, ela ficou com raiva e se sentiu ameaçada”.

“Ele tinha um monte de relacionamento (extraconjugais). Por que mataram somente a Eliza? Por que as demais amantes do Bruno não sofreram retaliações?”, completou, referindo a Fernanda Castro, outra ex-amante do goleiro.

Segundo as investigações, Fernanda, que responde ao processo em liberdade, teria cuidado de Bruninho enquanto ela era mantida em cativeiro em casa localizada no Rio de Janeiro, antes de Eliza ser levada para Minas Gerais, em junho de 2010. Fernanda ainda acompanhou o goleiro nessa viagem, conforme a polícia.

“Enquanto as outras amantes eram apenas amantes, sem filho nenhum na parada, ela (Dayanne) manteve-se calada. Quando apareceu uma mulher com um filho, ela perdeu a cabeça”, revelou.

De acordo com Sônia Moura, Dayanne também não se conformava com o fato de Eliza ter dado um filho ao goleiro --a ex de Bruno teria dado somente filhas ao jogador.

Segundo a Polícia Civil mineira, Eliza Samudio teria sido morta em junho de 2010 na casa do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, acusado de ser o executor do crime. O imóvel fica na cidade de Vespasiano, região metropolitana de Belo Horizonte. 

Conforme as investigações, no momento da morte, Eliza estava acompanhada do  filho. “Eles atentaram contra a vida de um bebê sem defesa nenhuma. Todo mundo (os réus) sabia qual seria o destino da Eliza. Todos eles foram coniventes com o assassinato da minha filha”, afirmou.

Terceiro filho

Sônia Moura ainda disse que Dayanne de Souza teria tido finalmente um bebê do sexo masculino com o goleiro. A gravidez teria ocorrido durante uma visita íntima de Dayanne ao jogador na penitenciária de segurança máxima Nelson Hungria, em Contagem (MG), onde o goleiro está confinado há quase dois anos.

O advogado Francisco Simim, que representa Dayanne, confirmou que a cliente teve um menino recentemente, mas nega que Bruno seja o pai. “Não procede. A Dayanne, depois da separação, não teve nenhuma visita íntima com o jogador. Quem está cadastrada para tal é a noiva dele, a (dentista carioca) Ingrid (Oliveira)".

Ainda conforme Simim, a sua cliente avisou ao goleiro sobre a gravidez, que seria fruto de um relacionamento recente dela.

O advogado também rebateu as acusações feitas pela mãe de Eliza. “Ela está sendo induzida para falar isso e tumultuar uma vitória que estamos quase conseguindo no caso”, disse Simim referindo-se à expectativa de julgamento de habeas corpus impetrado pela defesa de Bruno no Supremo Tribunal Federal (STF) em favor do goleiro. “A Dayanne não tem nada a ver com isso. Ela foi presa injustamente”, disse.