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Policial é preso após denúncia de extorsão dentro de delegacia no Rio

Do UOL, no Rio

17/07/2012 19h21

O policial civil Pedro Hyppolito da Fonseca foi preso, na manhã desta terça-feira (17), dentro do distrito policial de Cabo Frio (126ª DP), na região dos Lagos, no Rio de Janeiro, após ter sido denunciado pelo Ministério Público Estadual (MP-RJ) pelo crime de extorsão mediante sequestro e roubo. O homem apontado como comparsa do acusado, André Rodrigo Saldanha Gomes, que também é agente da Polícia Civil, está foragido.

Os criminosos foram identificados a partir de uma investigação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), vinculado ao MP, em parceria com a Corregedoria Geral Unificada da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Seseg). Ambos foram denunciados pelo mesmo crime, o que levou a Vara Criminal de Cabo Frio a expedir mandados de prisão preventiva.

Segundo a denúncia, em junho de 2008, André Rodrigo manteve um homem sequestrado dentro da 126ª DP (Cabo Frio), depois que a vítima foi à delegacia acompanhar um parente que recebera em casa uma notificação para comparecer à unidade. O policial ameaçou matá-lo ou prendê-lo caso não fosse feito o pagamento imediato de R$ 10 mil.

O familiar do sequestrado, relata ainda a denúncia, negociou com o agente o valor do resgate, acertando em R$ 5.000, pagos no mesmo dia. De acordo com o Gaeco, cerca de três dias após a primeira extorsão, André Rodrigo telefonou para a vítima pedindo que seu parente fosse novamente à delegacia para pegar uma certidão negativa.

Porém, depois que os dois chegaram à unidade, André Rodrigo e Pedro Hypollito sequestraram o parente da primeira vítima, exigindo R$ 10 mil para que não o levassem preso, já que tinham um mandado de prisão contra ele, e ainda roubaram relógio, joias e celulares.

"A vítima permaneceu toda a noite custodiada no interior da delegacia e, durante esse período, André e Pedro a submeteram a intenso sofrimento físico e mental, agredindo-a com socos e pontapés, em represália à negativa de pagamento do valor exigido (...) Por fim, o primeiro denunciado sempre demonstrava conhecer muito bem a rotina de vida, o que levou a vítima, inclusive, a efetuar o primeiro pagamento exigido", relata trecho da denúncia, oferecida em 9 de julho.

"São fortes os indícios de autoria contra os denunciados, que transformaram a delegacia de polícia de Cabo Frio num verdadeiro balcão de negócios (...) Aqueles que deveriam estar em seus postos de trabalho para garantir a segurança da população, se utilizam dos cargos que ocupam para auferir vantagens indevidas", completa o Gaeco.

De acordo com o Ministério Público, posteriormente, a vítima foi transferida para a carceragem de Araruama, de onde foi liberada por alvará de soltura expedido pelo Plantão Judiciário. No mesmo dia, acabou sendo perseguida pelos policiais civis e buscou refúgio no prédio do MP local.