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Professor morre após receber injeção para dor de garganta em Americana (SP)

Americana está a 126 km de São Paulo - Arte UOL
Americana está a 126 km de São Paulo Imagem: Arte UOL

Fabiana Marchezi

Do UOL, em Campinas

05/09/2012 12h40

Um suposto erro médico pode ter sido a causa da morte de um professor de biologia em Americana (126 km de São Paulo), ocorrida no último domingo (2). Renzo Apolônio Camargo, de 53 anos, morreu após tomar uma injeção no pronto-socorro do Hospital São Francisco por causa de uma dor de garganta.

De acordo com parentes, Camargo procurou atendimento no sábado (1º), por volta das 13 horas, quando teria avisado ao médico plantonista – cujo nome não foi revelado - sobre sua alergia a penicilina. Mesmo assim, o plantonista decidiu aplicar a substância junto com uma outro medicamento para neutralizar a alergia.

Após receber o composto, o professor foi liberado e voltou para casa. Horas depois, Camargo passou mal e teve de ser levado, no sábado à noite, ao pronto-socorro da Unimed, onde foi internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e morreu no domingo por choque anafilático.

"Tudo indica que foi erro médico. Já encaminhamos o prontuário médico às autoridades cabíveis e estamos tomando as providências necessárias, inclusive para combater o uso abusivo de benzetacil – injeção de penicilina. Até para quem não é alérgico o medicamento é superforte", disse um dos irmãos da vítima, Ivã Lucino Camargo.

O irmão também informou que deve iniciar um movimento em uma rede social na internet para alertar que a benzetacil não pode ser aplicada à revelia. “Estamos preparando um movimento para evitar que isso aconteça com mais gente. Os médicos precisam ser mais cuidadosos com a indicação do medicamento.”

Sindicância

Segundo informações apuradas nesta quarta-feira (5) pela reportagem do UOL, o Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) deve abrir uma sindicância para apurar possível falha médica no tratamento do professor.

O Hospital São Francisco informou que uma Comissão de Ética será formada para também investigar o caso internamente. Enquanto os trabalhos estiverem sendo realizados, o médico plantonista continuará exercendo suas funções no hospital.

Camargo lecionava na rede estadual e no Colégio Antares. Ele era filho do ex-diretor de Cultura de Americana, Wilson Camargo, também falecido.  O professor deixou mulher e uma filha de 16 anos.